Temores sobre recuperação mundial derrubam bolsas asiáticas nesta quarta-feira

SÃO PAULO – Os índices acionários mais importantes da Ásia encerraram a quarta-feira (3) com investidores temendo que as aprovações do projeto de aumento do limite de dívida pública dos Estados Unidos e do plano de cortes de gastos estatais possam desacelerar ainda mais a recuperação da economia global no pós-crise.

Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou o pregão em queda de 2,11%. O benchmark Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, apresentou baixa de 1,91%, enquanto o Shanghai Composite, da Bolsa de Xangai, declinou 0,03%.

Atividade comercial
Na véspera, a divulgação do índice de atividade industrial norte-americana do Institute for Supply Management (ISM), que decepcionou em julho, já havia acendido a luz amarela nos mercados, mas o indicador de vendas no varejo da União Europeia também decepcionou, caindo 0,2% no bloco e descendo 8,3% só na Espanha, por exemplo.

Empresas japonesas que dependem de importação de bens foram afetadas pela possibilidade de um freio na oferta mundial. As ações da Mitsui & Co., por exemplo, que baseia seus negócios no comércio exterior, tiveram perdas de 2,36%. E os papéis da Sony também sofreram, encerando com baixa de 2,53%.

Classificação de risco
Ao mesmo tempo, o setor financeiro mais uma vez foi penalizado, já que as agências de classificação de risco ainda não afastaram totalmente o rebaixamento da nota de crédito dos EUA. No entanto, após o fechamento do pregão no Ocidente, a Moody's confirmou rating Aaa para os Estados Unidos, mas perspectiva ainda é negativa.

Já o custo do “seguro” contra o calote de dívidas soberanas – o credit default swap (CDS) – com vencimento de cinco anos para Itália e Espanha bateu recordes, segundo as agências internacionais, trazendo pessimismo novamente quanto a moratórias na Europa.

O banco Sumitomo perdeu 2,09% em valor das ações, movimento seguido pelos ativos do Mitsubishi Financial Group, que declinaram 2,00%. Os papéis do Mizuho Financial Group caíram 1,55%, completando o dia negativo para os três maiores grupos financeiros do Japão.

Pregão esvaziado
Em Xangai, os investidores decidiram permanecer cautelosos nos mercados, fazendo o volume de negociações fechar o pregão em patamares baixos. A China também vive um período de desaquecimento da economia, influenciado pela política monetária do país, que tenta controlar a inflação.

Papéis do China Construction Bank caíram 0,86%, enquanto os da petrolífera Sinopec desceram 1,60%.



Fonte: InfoMoney