“Apesar dos EUA poderem suportar mais dívida que outros AAA, ele tem que desenvolver um plano crível de redução da dívida para reduzir o seu déficit orçamentário. Caso contrário, testará os limites do rating AAA”, alerta a instituição.

Tempo para resolver problemas
Por outro lado, como o dólar atua como moeda de reserva global, o país possui riscos mínimos de liquidez e forte demanda por títulos públicos, o que fornece condições de sustentar baixas taxas de juros.

“A falta de risco de liquidez dá aos EUA tempo para resolver seus problemas”, argumentam Jeremy Carter e Alex Griffiths, os quais assinam o documento. “Isso é crítico para a força do rating norte-americano porque, na opinião da Fitch, é o risco de liquidez que é o responsável pela rápida escalada na crise da periferia da Zona do Euro”, complementam.

Investimento seguro
Além disto, os investidores percebem os títulos públicos dos EUA como confiáveis, fato comprovado pela queda nos yields de tais papéis em episódios de turbulência nos mercados financeiros. Nesta quinta-feira, o yield para o papel com vencimento de dez anos renovou o yield mínimo, até então alcançado em dezembro de 2008.

Deste modo, é difícil imaginar uma saída dos títulos públicos, já que tamanha liquidez provocaria uma bolha em algum outro ativo e, assim, traria os investidores de volta ao tesouro norte-americano.

Segundo os dados da Fitch, o volume negociado diário no tesouro norte-americano é cerca de dez vezes maior que o dos títulos da dívida da Alemanha e do Reino Unido juntos. “O tesouro possui uma liquidez de mercado sem paralelos, o que é razão suficiente do porquê eles são o destino de escolha durante uma corrida por segurança”, afirmam.