Elevação do risco em bancos inicia nova fase em drama europeu, diz Moody's

SÃO PAULO – A nova onda de aversão ao risco por parte dos investidores frente aos bancos europeus dá início à uma nova fase no drama europeu, alerta a área de research da Moody’s em relatório.

Apesar de revelar que, como notado, o impacto tem sido generalizado, “ainda não é claro como isso se desenrolará”, escrevem Lisa Hintz e Ervis Deda, as quais indicam que as instituições financeiras foram prejudicadas pelos spreads do CDS (Credit Default Swap, contrato utilizado como proteção a um possível calote) na Europa.

Hintz e Deda ressaltam que após o BCE (Banco Central Europeu) indicar a compra de títulos da dívida pública da Espanha e da Itália, o yield soberano de ambos os países recuaram rapidamente, mas imediatamente se iniciou um movimento na direção oposta aos bancos franceses. “Muitas razões específicas foram fornecidas para esse comportamento, mas parece mais provável que isso representa uma visão mais generalizado sobre o risco na Zona do Euro”, escrevem.

Além disto, os spreads dos títulos e os preços das ações recuaram rapidamente, mas a volatilidade continua em níveis tão altos quanto os observados em setembro de 2008 e março de 2009.

Quarta onda
Os responsáveis pelo relatório destacam que o sistema bancário já atravessou três ondas recentes de aversão ao risco nos últimos anos, sendo que a primeira teve início com as preocupações frente ao sistema financeiro da Grécia. “Devido à natureza interconectada do sistema bancário, todos os bancos foram afetados por este movimento inicial, mesmo as distantes (e, mais importante, fora da Zona do Euro) Suíça, Noruega e Suécia”, revelam.

A segunda onda indica o medo de contaminação sistêmica, escrevem, uma vez que atingiu os bancos irlandeses e portugueses após os credores da Irlanda observaram um risco significante de calote.

A terceira fase teve início com o pacote de resgate a Portugal, mas os investidores começaram a se preocupar com o financiamento das instituições apenas em março. “Em parte, isso representa que o mercado acionário provavelmente tem sido complacente com a realidade dos bancos necessitarem aumentar o capital”, afirma.

Fonte: InfoMoney