Bolsas europeias recuam diante dos temores com o cenário macroeconômico

SÃO PAULO – As bolsas europeias fecharam em queda nesta quinta-feira (18) diante do mau humor que toma conta dos mercados globais em meio aos temores de piora do cenário econômico e de contágio da crise da Zona do Euro. Embora o mercado acionário tenha apresentado baixas desde o início da sessão, a acentuação ocorreu após a divulgação dos indicadores norte-americanos.

O FTSEurofirst 300, índice das principais ações europeias caiu 4,80%, atingindo a maior queda desde março de 2009. O CAC 40, da bolsa de Paris, perdeu 5,48% a 3.058 pontos. Enquanto o FTSE 100, da bolsa de Londres, apresentou queda de 4,49%, atingindo 5.077 pontos.

O DAX 30, da bolsa de Frankfurt, caiu 5,82% ficando em 5.568 pontos, e o SMI, bolsa de Zurique cedeu 4,15%, indo para 5.196 pontos. O FTSE MIB, da bolsa de Milão, desvalorizou 6,15% para 14.970 pontos, enquanto o IBEX 35, de Madri, declinou 4,70%, para 8.317 pontos.

Agenda econômica
O ministro de Finanças de Luxemburgo, Luc Frieden, afirmou nesta data, que os eurobônus, títulos conjuntos de países da Zona do Euro, são uma boa ideia, mas o fundo de resgate do continente é uma solução melhor neste momento para os problemas de endividamento da região.

Além disto, a presidente da Standard & Poor’s na França, Carole Sirou, confirmou que o rating do país continuará a ser representado pela nota máxima AAA, com perspectiva estável.

Nos Estados Unidos, conforme publicou nesta terça-feira o Wall Street Journal, o Federal Reserve (banco central norte-americano) está acompanhando de perto os níveis de liquidez de unidades norte-americanas de grandes bancos da Europa, preocupado que a crise da dívida da zona do euro possa se espalhar pelo sistema bancário do país.

O país divulgou nesta quinta-feira alguns indicadores, que não agradaram os investidores. O CPI (Consumer Price Index) para julho marcou alta de 0,5% nos preços - valor maior que os 0,2% esperados -, enquanto os 408 mil novos pedidos de auxílio-desemprego na última semana superaram a marca projetada de 400 mil, mas estiveram aquém das expectativas. Já o nível de atividade industrial na região da Filadélfia, marcou 30,7 pontos negativos no período, enquanto o mercado esperava por 1 ponto positivo.

Destaques corporativos

Os bancos mais uma vez foram os mais afetados nessa sessão. Em Londres, as ações do Barclays estiveram na ponta perdedora declinando 12,50%, os papéis do Royal Bank of Scotland cederam 10,95%, enquantoos ativos do Lloyds caíram 10,20%.

Em Paris, os papéis do Société Génerale protagonizaram a maior perda, 10,59%, seguidos por Credit Agricole (7,89%) e BNP Paribas (-7,17%). Na bolsa alemã, os ativos do Commerzbank e Deustche Bank recuaram 9,43% e 7,30%, respectivamente. Em Milão, as ações do Intesa Sapaolo e UniCredit cederam 9,3% e 7,4%, nesta ordem.

Ainda em Frankfurt, as montadoras fecharam em forte desvalorização: BMW (-6,74%) e Volkswagen (-6,42%). Em Londres, as mineradoras também apresentaram perdas, destaque para Xstrata (-10,53%) e Kazakhmys (-8,96%).

Confira o fechamento dos principais índices acionários europeus:


Fonte: InfoMoney