Bolsas europeias fecham em queda, com novos temores sobre a crise no continente

SÃO PAULO – Após quatro sessões consecutivas de alta, os principais índices acionários europeus fecharam esta segnda-feira (25) com significativas quedas, puxados pela renovação dos temores acerca da dívida fiscal no continente, que culminou com mais um corte de rating da Grécia. Ademais, a indefinição sobre o teto da dívida nos EUA também repercutiu negativamente no velho continente.

O FTSE 100, da bolsa de Londres, apresentou queda 0,16%, atingindo 5.925 pontos, enquanto o CAC 40, da bolsa de Paris, perdeu 0,77% a 3.812 pontos. Já o SMI, da bolsa de Zurique cedeu 0,24%, indo para 6.017 pontos. Contrapondo-se ao restante do continente, o DAX 30, da bolsa de Frankfurt, fechou em alta de 0,25% ficando em 7.344 pontos.

Já dentre as bolsas dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grégia e Espanha), as quedas foram mais sentidas, com o FTSE MIB, da bolsa de Milão, recuando 2,48%, para 18.979 pontos, enquanto o IBEX 35, de Madri, caiu 1,92%, para 9.866 pontos. Já o AthexCompositeShare, da bolsa de Atenas, recuou 1,33%, ao passo que o PSI 20 (Lisboa) e o Irish Overall Index (Dublin) caíram 0,71% e 0,42%, respectivamente.

Novo corte de rating
A agência de classificação de risco Moody's anunciou o corte do rating soberano da Grécia de Caa1 para Ca, com perspectiva em desenvolvimento. De acordo com a nota divulgada pela agência, as propostas anunciadas para reestruturação da dívida e apoio financeiro da União Europeia implicarão perdas "substanciais" a credores privados, o que teria justificado a mudança de nível. Vale mencionar que o rating de oito bancos do país também foram colocados em revisão com possibilidade de corte.

Influenciou também no pregão a rejeição da proposta do senado norte-americano que elevaria o limite da dívida do governo dos Estados Unidos, promovendo ainda um grande corte nos gastos públicos do país. A notícia faz crescer a preocupação de que a maior economia do planeta materialize o impensável e entre em default no próximo dia 2.

Setor financeiro é o mais penalizado
Diretamente exposto a esse cenário de incertezas sobre a solvência dos países europeus e dos EUA, o setor financeiro amargou as maiores perdas. Em Londres, as ações do Barclays e do Lloyds Banking caíram 4,44% e 4,31%, respectivamente, liderando as perdas do FTSE 100. Em Frankfurt, os papéis do Commerzbank também apareceram com a pior performance no DAX 30 (-4,01%). Já em Paris, Crédit Agrícole, Société Générale, AXA, BNP Paribas e Natixis recuaram entre 5,5% e 3,4%, liderando as perdas do CAC 40.

Em Milão, o Banco Populare di Milano viu seus papéis desabarem 8,3%, repercutindo também o corte de recomendação anunciada pelo JP Morgan nesta sessão, que passa agora a ser de "underweight" (performance abaixo da média do mercado).

Outros destaques
Em Londres, as ações da Reckitt Benckiser avançaram 1,38%, depois que o grupo anunciou um crescimento anual de 10% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre de 2011, atingindo 418 milhões de libras (US$ 681,5 milhões).

Também na bolsa londrina, as ações da mineradora Fresnillo subiram 2,86%, ajudada pela alta do ouro e da prata. A National Grid Plc, caiu 0,25%, mesmo após informar bons progressos com um plano de corte de custos nos Estados Unidos.

Já em Lisboa, as ações da Portugal Telecom declinaram 1,0%, após anúncio de que sua receita operacional caiu 6,5% no segundo trimestre de 2011 na comparação com 2010, para € 872,6 milhões.

Confira o fechamento dos principais índices acionários europeus:


Fonte: InfoMoney