Obama lança ofensiva às vésperas de anunciar plano para estimular geração de emprego
O
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começou nesta semana um
novo esforço para convencer os norte-americanos de que há uma
determinação do governo de buscar soluções para os impactos da crise
econômica mundial no país. Os principais desafios são estimular o
mercado de trabalho e enfrentar as críticas da oposição.
Obama
disse que falta o Congresso agir rapidamente para aprovar as propostas e
permitir a criação de empregos. As palavras do presidente são uma
prévia do discurso que fará em sessão conjunta do Congresso na próxima
quinta-feira, no qual deverá lançar um novo plano para criar empregos.
Há
expectativa sobre o plano a ser lançado por Obama, pois ainda não foram
divulgados os detalhes. A estimativa é que o presidente apresente uma
série de propostas ao Congresso que levem ao fortalecimento das pequenas
empresas, que estimulem a geração de empregos e, ao mesmo tempo,
coloque as contas em ordem, reduzindo o déficit orçamentário.
A
agenda de Obama começou ontem, feriado do Dia do Trabalho nos Estados
Unidos, com uma visita a Detroit, no estado de Michigan, cidade que
concentra a indústria automobilística do país e que foi fortemente
afetada pela crise econômica.
Em encontro de trabalhadores
para comemorar a data, Obama conversou sobre desemprego e disse que há
muitas estradas e pontes que necessitam de reformas e reconstrução no
país, ao mesmo tempo em que há muitos trabalhadores da construção civil
em busca de emprego. Em Detroit, Obama disse que suas propostas serão um
teste para "os republicanos no Congresso colocarem o país à frente de
seu partido".
O discurso do próximo dia 8 será feito em
meio ainda ao impacto da divulgação, no último dia 2, dos dados do
Departamento do Trabalho, segundo os quais os Estados Unidos não geraram
empregos em agosto – a primeira vez desde 1945 que a diferença entre o
saldo de vagas criadas e o de vagas fechadas foi zero.
A
taxa de desemprego permaneceu inalterada em 9,1%, patamar
“inaceitavelmente alto” e sem perspectivas de melhora no curto prazo, de
acordo com o próprio governo. Os dados negativos provocaram imediata
reação do mercado de ações, com queda nas bolsas, e aumentaram a pressão
para que o governo adote medidas de estímulo à economia, diante do
temor de que o país mergulhe em nova recessão.
Na segunda
rodada, encerrada em junho, o Banco Central dos Estados Unidos (o
Federal Reserve - Fed) injetou US$ 600 bilhões (cerca de R$ 985 bilhões)
na economia americana por meio da compra de títulos do Tesouro de longo
prazo.
Porém, as propostas de Obama para gerar empregos
serão apenas o primeiro tema de discussão nesta nova temporada no
Congresso americano. Na relação de desafios à espera de democratas e
republicanos está uma solução de longo prazo para reduzir o déficit e
colocar as contas em dia.
Fonte: Último Instante