Ibovespa contraria tendência externa e opera no azul

Movimento de correção observado nos mercados internacionais não se estende à bolsa brasileira, que opera em alta.


Após uma abertura negativa, o Ibovespa passou alternar entre altas e baixas e, agora, firma tendência positiva, um dia antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).

O movimento, segundo Felipe Fiel, pode estar relacionado à expectativa de queda nos juros, após aumento da meta do superávit primário.

"Talvez seja o principal motivo para o desempenho diferenciado, tendo em vista a evolução das economias externas, e aqui já tínhamos muita coisa no preço", disse Fiel.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na segunda-feira (29/8) a elevação em R$ 10 bilhões no resultado primário brasileiro (economia para pagar juros da dívida pública) para este ano, ampliando a meta de R$ 81 bilhões para R$ 91 bilhões.

Diante disso, os economistas já trabalham com um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), atualmente a 12,5% ao ano. Até então, a expectativa era de manutenção do juro.

Há pouco, o Ibovespa subia 0,85%, aos 55.325 pontos. O giro financeiro rondava os R$ 1,939 bilhão.
Dentre as blue chips, as ações preferenciais de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE5) ganhavam 0,20% e 0,35%, nesta ordem.

Destaques
Entre as ações que compõem o índice paulista, as ordinárias da B2W Varejo (BTOW3) lideravam os ganhos, com alta de 3,93%, aos R$ 15,61.

Na outra ponta, a maior queda do dia era dos papéis da Braskem (BRKM5), que depreciavam 1,49%, cotados a R$ 17,86.

Cena externa
Conforme esperado, dados da confiança do consumidor americano apresentaram deterioração em agosto.

O indicador ficou em 44,5 pontos neste mês, abaixo das estimativas de mercado (52 pontos).

De acordo com Fiel, considerando a atual fragilidade da economia americana, o índice de confiança americana passa a ter um peso maior sobre a flutuação dos mercados.

"Não enxergamos uma melhora sustentável do consumo nos Estados Unidos", disse o economista.

Em Wall Street, o Standard & Poor's 500 recuava 0,45%, para 1.204,62 pontos. Já o índice Nasdaq, termômetro de tecnologia, perdia 0,11%, para 2.559,24 pontos. E a referência da Bolsa de Nova York, o Dow Jones, caía 0,22%, aos 11.514,30 pontos.

Ainda por lá, os dados do S&P/Case-Shiller de junho revelaram queda de 4,52% nos preços de imóveis nas 20 principais cidades dos Estados Unidos.

O número veio ligeiramente melhor do que as estimativas, que indicavam uma baixa de 4,7% no período.

Câmbio
No mercado de câmbio, o dólar operava em queda de 0,31% em relação ao real, cotado a R$ 1,5860 na compra e R$ 1,5880 na venda.

Nesta manhã, o Banco Central (BC) ofertou 74.800 contratos de swap cambial reverso, dos quais 13.000 foram vendidos, correspondendo a US$ 646,2 milhões.

Fonte: Brasil Econômico