As perspectivas de que a autoridade monetária norte-americana iria anunciar um programa de estímulo nesta terça-feira aumentaram ao longo das últimas semanas, refletindo o pessimismo que tomou conta dos mercados globais acerca do crescimento da economia mundial.

Nos EUA, além dos últimos indicadores econômicos adversos, o impasse político acerca da elevação do teto da dívida do país  corroborou para que os investidores voltassem a temer uma recessão global, não apenas por conta do cenário negativo norte-americano mas também com o risco de contágio da crise grega à outras economias mais importantes da Zona do Euro, como Itália e Espanha.

O anúncio de corte no rating dos EUA, feito na última sexta-feira (5) pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, só expôs ainda mais a situação delicada em que se encontra a economia do país. Apesar da reação de pânico instaurada nos principais mercados acionários internacionais, o desempenho dos yields dos Treasuries norte-americanos nesta semana, porém, mostrou que os investidores seguem confiantes de que os EUA conseguirão honrar com o pagamento desses títulos, ao menos no curto prazo.

Quantitative Easing 3
E, por falar em Treasuries, a principal perspectiva dos investidores era de que a autoridade monetária dos Estados Unidos anunciasse um terceiro Quantitative Easing - o QE3. As duas versões anteriores do programa consistiam na compra de Treasuries pelo Fed, injetando bilhões de dólares na economia do país a fim de estimular uma retomada mais acelerada. Apenas no QE2, o Fed comprou US$ 600 bilhões em notas públicas norte-americanas, enquanto que no QE1 foi comprado US$ 1,7 trilhão entre Treasuries e títulos hipotecários.

Cabe lembrar que programa prevê ainda que o banco central norte-americano também reinvista o principal dos ativos na economia, ou seja, mesmo após o término de cada programa, quando as notas chegarem ao seu vencimento, o Fed vai reinvestir na economia o valor original do título que será pago.