Dólar inverte movimento e passa a operar em alta de olho no cenário externo
SÃO PAULO – Após iniciar a jornada desta quarta-feira (10) em baixa, o dólar inverteu o sentido no meio da manhã e passa a subir fortemente. Por volta das 10h20, a moeda operava em alta de 1,31%, cotado a R$ 1,6110. O movimento esperado para o dia ainda é de volatilidade, mas com um tom abaixo do que foi visto no mercado nos últimos dias.
Depois do anúncio do Federal Reserve, na véspera, de que manterá a taxa básica de juros inalterada até 2013 e que novos pacotes de estímulo não estão descartados, o mercado parece estar diluindo as notícias ruins do início da semana. Entre elas, o corte do rating de crédito dos Estados Unidos, que passou de AAA para AA+, pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.
Neste sentido, o foco do dia fica por conta da manutenção da intervenção do BCE (Banco Central Europeu) com a compra de títulos públicos de Itália e Espanha no mercado secundário. O objetivo é forçar a queda de seus respectivos yields.
Nesta manhã, o governo italiano realizou um leilão de títulos com vencimento em doze meses, no qual conseguiu se financiar em € 6,5 bilhões a uma taxa de juro inferior ao da última emissão, datada de 12 de julho.
Mesmo aparentemente mais relaxado, a opinião de analistas é de que o mercado ainda está sob vigilância e em busca de soluções para a nova crise econômica mundial que se instala.
Governo brasileiro dá o recado
Na segunda-feira (8), a presidente Dilma Roussef manifestou apoio aos EUA, afirmando que o rebaixamento do rating do país foi preciptado. Dilma lembrou também que, assim como o restante do mundo, o Brasil não está imune aos efeitos negativos da crise. "Temos clareza que não somos imunes, não vivemos numa ilha, mas o Brasil tem força suficiente para fazer frente a essa conjuntura", disse a presidente.
Na terça-feira (9), durante evento, foi a vez o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fazer declarações. Ele reafirmou que o governo continuará tomando mais medidas no mercado de derivativos para combater a especulação e avaliou como positivas as ultimas intervenções par conter o câmbio.
Indicadores
Por aqui, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) que subiu registrando inflação de 0,22% na primeira prévia de agosto.
Já nos Estados Unidos, os indicadores começam a partir das 11h, com a divulgação do Wholesale Inventories, relatório sobre as vendas e os estoques do setor atacadista norte-americano.
Também haverá o resultado do orçamento governamental, divulgado pelo Departamento do Tesouro norte-americano. Outro indicador importante é o nível dos estoques de petróleo, uma medida da demanda norte-americana pela commodity.
Fonte: InfoMoney