Dólar inicia jornada em alta, de olho na instabilidade do mercado
SÃO PAULO – Seguindo o movimento da bolsa e ainda com o foco na economia norte-americana e europeia, o dólar opera em alta de 0,61% na manhã desta quinta-feira (11), cotado a R$ 1,6735.
Para analistas, o mercado deve continuar volátil e pessimista ao longo do dia. Os investidores seguem refletindo a perspectiva de baixo crescimento global e as tensões relacionadas aos problemas das dívidas dos EUA e da Europa, além do risco de maior contágio do setor bancário europeu.
“As incertezas e inseguranças sobre o cenário mundial são ainda muito presentes”, acredita Miriam Tavares.
Para Octavio Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, o dia será de grande volatilidade. “No mercado de câmbio, o dólar deve perder valor frente às demais moedas, embora em grande oscilação, influenciado pela suave melhora da aversão ao risco. Portanto, esperamos que este movimento se repita e imponha um dia de valorização do real”, acredita Barros.
Movimento do câmbio é imprevisível
Em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, alerta de onde poderá vir a pancada no mercado, como um todo.
“A principal via de contágio para o Brasil hoje é o comércio, por meio de queda dos preços das commodities e da redução de demanda por produtos brasileiros no exterior. Não há dúvida que o canal de transmissão é comercial”, acredita.
Ainda segundo Meirelles, a tendência para o câmbio é um incógnita e o investidor deve ficar atento a tudo.
Para ele, há dois movimentos contrários no mercado. O primeiro, motivado pelo Federal Reserve que manterá as taxas de juros perto de zero até 2013, favorece a entrada de recursos no mercado, maior liquidez e valorização do real.
O segundo, motivado pelo enfraquecimento da demanda mundial, pode levar a queda das commodities, podendo levar a desvalorização do real.
Indicadores
Nesta quinta-feira, nos EUA, tivemos o Initial Claims, índice que mede o número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, que foi melhor do que as expectativas do mercado, conforme dados divulgados pelo Departamento de Trabalho.
Já o Departamento de Comércio dos Estados Unidos reportou nesta mannhã os dados da balança comercial. O indicador apontou avanço no déficit, passando de US$ 50,8 bilhões, de acordo com dados revisados de maio, para US$ 53,1 bilhões no sexto mês de 2011, frente às previsões de analistas de US$ 48,0 bilhões.
Na agenda doméstica, as vendas do comércio varejista subiram 7,3% no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período de 2010, conforme mostra a Pesquisa Mensal do Comércio, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O mesmo instituto revelou a Pesquisa Industrial de Emprego e Salário, apontando que o valor real da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria registrou aumento de 5,5% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2010.
Fonte: InfoMoney
![](http://img88.imageshack.us/img88/3619/posttagiconwm.png)