Bolsas de Wall Street caem mais de 3% após Estados Unidos perderem "triple A"

SÃO PAULO – Os principais índices acionários norte-americanos registram quedas superiores a 3% nesta segunda-feira (8), pressionados pelo anúncio, na última sexta-feira (5), do corte do rating dos EUA de AAA para AA+ pela Standard & Poor's.  Além disso, nesta sessão, a S&P rebaixou o rating de algumas entidades governamentais, entre elas a  Fannie Mae, Freddie Mac e Federal Home Loan Bank, o que ajudou a pressionar ainda mais os mercados por lá.

Em complemento ao clima apreensivo do mercado, a Moody's afirmou nesta segunda que a manutenção do rating AAA dos EUA dependerá de como o déficit do orçamento será trabalhado no futuro.

Diante disso, o índice S&P 500, que engloba as 500 principais empresas dos EUA, opera em forte desvalorização de 4,56% e atinge 1.145 pontos. O Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia, negocia em forte baixa de 4,40% a 2.421 pontos, enquanto o Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, cai 3,57%, chegando a 11.036 pontos.

Ações de bancos e petrolíferas são pressionadas
Os preços do petróleo caíram acentuadamente, contribuindo para as fortes quedas da companhias ligadas ao setor, entre elas a Chevron (-4,02%), Exxon Mobil (-2,93%), BP (-4,29%) e Marathon (-7,04%).

Já no setor financeiro, as ações do Bank of America Merril Lynch despencam 15,36%, após a AIG anunciar que está planejando processar o banco para recuperar mais de US$ 10 bilhões pelas perdas de US$ 28 bilhões em investimentos em títulos de hipotecas, na crise de 2008.

No mesmo sentido, outros bancos registram quedas pressionados pelo cenário econômico mundial, entre eles o Citigroup (-11,63%), Wells Fargo (-3,73%) e JP Morgan (-6,76%). 

Outros destaques corporativos
As ações do McDonald's recuam 1,45%, mesmo aós a cadeia de fast-food anunciar aumento de 5,1% em suas vendas. No mesmo sentido, as  ações da Verizon caem 3,45% após cerca de 45 mil funcionários terem entrado em greve neste final de semana devido a disputas contratuais.

Enquanto isso, os papéis da Berkshire Hathaway, de Warren Buffet, registram perdas de 2%. A seguradora fez uma oferta de US$ 3,24 bilhões para a compra da Transatlatic Holdings, superando as quantias ofertadas por seus rivais Allied World Assurance Company e Validus. Ademais, a S&P revisou a perspectiva do rating para a companhia  de estável para negativo. O anúnciou veio depois que o  Warren Buffett afirmou que a redução do rating dos EUA pela S&P "não faz sentido".

Corte de rating fragiliza mercado
A S&P anunciou a decisão do corte no rating da dívida dos EUA de AAA para AA+ com a justificativa do incremento do déficit fiscal do país, bem como pelo risco político para se adotar novas medidas de controle de gastos, uma vez que o Congresso mostrou dificuldade de se chegar a um acordo quanto ao aumento do teto da dívida do país. A notícia pressiona os mercados externos, refletindo no desempenho do Ibovespa.

Além disso, a Europa também atua como uma fonte de preocupação para os investidores, os quais temem que novos rebaixamentos possam ocorrer no Velho Continente por parte da S&P. Por lá, o BCE (Banco Central Europeu) está atuando no mercado secundário e comprando títulos da dívida de países como Espanha e Itália.

Desempenho dos principais índices acionários de Wall Street:



Fonte: InfoMoney