Bolsas da Europa fecham em queda diante de temores com a dívida soberana
SÃO PAULO – As bolsa europeias fecharam o pregão desta terça-feira (2) novamente em queda, em meio às incertezas em relação ao crescimento da economia mundial e as renovadas preocupações com a dívida soberana da região rondando Itália e Espanha. Além disto, o mercado segue pressionado com o temor de que agências internacionais de rating cortem a nota de crédito dos Estados Unidos após as reformas fiscais recém acordadas.
O FTSE 100, da bolsa de Londres, apresentou queda de 0,97%, atingindo 5.718 pontos. Enquanto o DAX 30, da bolsa de Frankfurt, caiu 2,26% ficando em 6.796 pontos, o CAC 40, da bolsa de Paris, perdeu 1,82% a 3.522 pontos, e o SMI, da bolsa de Zurique cedeu 4,09%, indo para 5.547 pontos. O FTSE MIB, da bolsa de Milão, desvalorizou 2,52% para 17.272 pontos, enquanto o IBEX 35, de Madri, declinou 2,18%, para 9.114 pontos.
Resultados influenciam mineradoras e bancos
As ações da Xstrata recuaram 3,55%. O grupo disse que no primeiro semestre o lucro líquido subiu 27% enquanto os preços das commodities avançaram. Na esteira desvalorizaram Kazakhmys (-4,42%) e Rio Tinto (-2,46%).
Após reportar o balanço referente ao primeiro semestre, as ações do Barclays, em Londres, caíram 0,12%, mesmo registrando ganho de 24% no primeiro semestre, resultado um pouco acima do esperado pelo mercado. Os papéis do HSBC subiram 0,43%, depois de informar na véspera lucros que foram bem recebidos pelo mercado.
O destaque de queda em Londres ficou por conta das ações da Hargreaves Lansdown, que despencaram 12,67%, após reguladores do Reino Unido informarem que querem proibir pagamentos para gestores de fundos e descontos em dinheiro para os consumidores.
Em Paris, refletindo a decepção do mercado com os números divulgados, as ações do BNP desvalorizaram 2,46%. Os ativos do Credit Agricole declinaram 3,45%.
Montadoras caem
Em Frankfurt as ações da Volkswagen e da Daimler fecharam em baixa, 4,09% e 3,24%, respectivamente. Em Paris, Peugeot e Renault também perderam: 4,80% e 4,64%, nesta ordem.
Itália e Espanham preocupam
Na Zona do Euro, a rentabilidade da dívida soberana da Itália subiu 23 pontos-base, para 6,13%, levando o prêmio de risco até o recorde de 3,69 pontos-base. No caso espanhol, a rentabilidade dos títulos de 10 anos aumentou 9 pontos-base, até 6,28%, empurrando o prêmio de risco a 3,87 pontos percentuais.
Na Espanha, o primeiro-ministro Jose Luis Zapatero, que convocou eleições antecipadas na semana passada, adiou suas férias para uma maior vigilância sobre os indicadores econômicos do país. Os rendimentos sobre os títulos governamentais da Espanha e da Itália atingiram máximas em 14 anos, mesmo após o segundo resgate da Grécia feito no mês passado.
Na Grécia
Nesta terça-feira, a ODCE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) apresentou um relatório acerca da Grécia, apontando que o progresso do programa de reformas do governo grego pode levar o país à melhoria do nível de vida, ao crescimento econômico e à criação de emprego,
O secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, ressaltou que "as reformas realizadas durante o ano passado são impressionantes. Com maior competitividade, estamos vendo os primeiros sinais de que o tão necessário ajuste macroeconômico está gradualmente acontecendo”.
Confira o fechamento dos principais índices acionários europeus:
Fonte: InfoMoney
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