Apesar de acordo sobre teto da dívida, EUA ainda correm risco de corte de rating

SÃO PAULO - Mesmo com o fim do risco iminente de default, o recém anunciado acordo entre políticos norte-americanos para elevar o limite legal de endividamento do país está longe de representar o alívio absoluto sobre a questão fiscal.

Segundo acordo a ser votado ainda nesta segunda-feira (1), o governo norte americano se compromete a elevar o teto da dívida pública em US$ 1 trilhão e, como contrapartida, realizar cortes orçamentários da mesma magnitude nos próximos 10 anos, sendo possível uma extensão destes valores em um novo acordo nos próximos dias.

Entretanto, o pacote fiscal poderá não ser tão bem recebido no mercado, principalmente pelas agências de rating que têm alertado o governo dos EUA sobre um possível corte de nota no curto prazo.

Alto risco
"Nós ainda vemos mais de 50% de chances de redução da nota de rating", afirma Allan von Mehren, analista do Danske Bank, que lembra que agências como a Standard & Poor's esperavam cortes mais profundos nos gastos do governo.

Em suma, ainda pode pairar junto a S&P, Moody's e Fitch o sentimento de que a situação fiscal do EUA, mesmo com as reformas, estaria mais condizente com um rating que representasse melhor o risco que os títulos da dívida pública do país.