Bolsas da Europa fecham em leve queda, pressionadas por setor financeiro

SÃO PAULO – As bolsas europeias fecharam a sessão desta terça-feira (5) com leves perdas, enquanto os investidores seguem em posição cautelosa frente a indicadores econômicos norte-americanos e acompanhando a política monetária na China, bem como os novos desdobramentos da crise fiscal no Velho Continente. A única exceção foi o índice inglês FTSE 100, que encerrou o dia no campo positivo.

O FTSE 100, da bolsa de Londres, apresentou alta de 0,411%, atingindo 6.024 pontos, enquanto o CAC 40, da bolsa de Paris, encerrou em queda de 0,61% a 3.978 pontos. O DAX 30, da bolsa de Frankfurt, fechou em baixa de 0,05% atingindo 7.439 pontos.  Já o IBEX 35 de Madri caiu 1,32%, a 10.330 pontos, e o FTSE MIB de Milão perdeu 0,97% alcançando 20.277 pontos.

Destaques corporativos
A preocupação de que a China aumente a taxa de juros impulsionou um movimento de queda entre as mineradoras no FTSE 100. Com a Rio Tinto perdendo 1,29%, Kazakhmys desvalorizando-se 0,79% e BHP Billiton caindo 0,55%.

Os bancos também fecharam em queda. Em Londres, Lloyds caiu 2,21% e Barclays desvalorizou-se 1,22%. No CAC 40, as principais perdas foram do Credit Agricole (-2,86%) e do Société Générale (-1,72%). Em Frankfurt , Commerzbank caiu 1,32%.

Na bolsa francesa, a fusão do Carrefour com o Grupo Pão de Açúcar no Brasil continua influenciando os papéis da varejista francesa, que caíram 0,15%. As ações do Casino ganharam 0,27%. Também em Paris, as ações das holdings de luxo fecharam em alta: PPR subiu 0,97% e Louis Vuittton avançou 1,24%.

No FTSE 100, após o produtor de petróleo Tullow Oil prever receita recorde, as ações apresentaram o principal avanço da sessão, de 3,83%. Os rumores de que a Reckitt Benckiser teria interesse na aquisição da Unilever, levaram os papéis da Reckit a subirem 2,58% e a Unilever a cairem 0,15%.

No DAX 30, a Volkswagen valorizou-se 1,10%, após declarar na véspera que adquiriu participação majoritária na fabricante de caminhões Man, a qual teve perdas de 3,31% nesta sessão.

Noticiário
O ministro de finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, disse que os bancos gregos estão dispostos a rolar seus títulos públicos, como parte de um plano de resgate da União Europeia. O ministro ressaltou que a primeira condição para a reconstrução da economia do país é cumprir a meta de alcançar um superávit primário no próximo ano e nos anos seguintes.

O dia contou ainda com a posse da ex-ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, ao comando do FMI (Fundo Monetário Internacional). Entre os desafios, a ex-ministra da França terá como missão principal no curto prazo administrar a crise que ameaça a Zona do Euro e a estabilidade global.

Nesta terça-feira, a agência de classificação de risco Moody’s afirmou que a dívida dos governos locais na China pode ser muito maior que a estimada, o que eleva os temores sobre riscos associados a bancos no país. Isto por que as instituições financeiras chinesas são detentoras da maior parte do estoque estimado pela agência governamental responsável pela auditoria das obrigações, cerca de US$ 1,6 trilhão. Deste montante, US$ 1,3 trilhão estaria na mão de bancos, de acordo com a Moody’s.

Indicadores econômicos
Entre os indicadores econômicos divulgados no pregão, a atividade do setor de serviços na Zona do Euro desacelerou pelo terceiro mês seguido em junho, passando de 56,0 pontos em maio para 53,7 pontos em junho, segundo o índice Markit divulgado nesta terça-feira.

Ainda na Zona do Euro, a agência de estatísticas Eurostat revelou que as vendas no varejo da região diminuíram em maio na comparação com abril, registrando queda de 1,1% na Zona do Euro e de -2,8% na Alemanha.

Também influenciou os mercados da Europa a agenda dos EUA. De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Comércio dos EUA nesta terça-feira, o Factory Orders avançou 0,8% durante o mês de maio. O indicador, que mede o volume de encomendas à indústria norte-americana, registrou um resultado pior do esperado pelo mercado, que previa variação positiva de 1,0%. No mês anterior, o indicador registrou queda de 0,9%, segundo dados revisados.

Confira o fechamento dos principais índices acionários europeus:


Fonte: InfoMoney