Bovespa vira e cai 0,13%, com OGX e más notícias sobre a Grécia
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) se descolou do mercado norte-americano no início da tarde desta segunda-feira e opera em queda leve, influenciada pela queda nas ações da OGX e por más notícias sobre a situação da Grécia.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, cai 0,13%, aos 64.335 pontos. Nos Estados Unidos, o Dow Jones sobe 0,13%.
O dólar comercial é negociado por R$ 1,625, em uma variação positiva de 0,49%. A taxa de risco-país marca 170 pontos, em um avanço de 1,19% sobre a pontuação anterior.
A agência de classificação financeira Standard & Poor's reduziu nesta segunda-feira em dois graus a nota da Grécia, de "BB-" para "B", diante da probabilidade crescente de que o país tenha que reestruturar sua dívida. A nota B significa risco especulativo, ou seja, não está no grupo de países mais seguros para se investir.
A agência advertiu que o país está sob perspectiva negativa e que um novo rebaixamento pode ser anunciado. Um ano depois de um pacote de resgate da União Europeia e do FMI, a Grécia ainda está lutando contra uma profunda recessão, alimentando rumores de que terá que reestruturar sua dívida para sair da atual crise fiscal.
No front corporativo, a OGX, do bilionário Eike Batista, anunciou prejuízo de R$ 33,88 milhões no primeiro trimestre, ante lucro de R$ 56,89 milhões no mesmo período do ano passado. Com isso, os papéis da companhia registram queda de 1,42%, com o terceiro maior volume de negociação desta segunda.
No balanço da empresa, o resultado é atribuído à redução de receitas financeiras e a despesas com exploração. Esses gastos passaram de R$ 23,4 milhões no primeiro trimestre de 2010 para R$ 32,3 milhões em igual intervalo neste ano devido à intensificação da campanha exploratória na bacia do Parnaíba.
Nos EUA, uma recuperação nos preços das commodities após a queda da semana passada puxa as ações de companhias de energia e mineradoras e ajuda a compensar as más notícias vindas da Europa. As Bolsas operam em leve alta, mas oscilam.
INFLAÇÃO
Depois de oito altas consecutivas, a previsão para inflação do boletim Focus apresentou recuo, passando para 6,33%. Esse boletim é elaborado pelo Banco Central a partir de consultas feitas a uma centena de instituições financeiras. Uma das poucas notícias (relativamente) positivas da semana passada, a taxa de inflação veio abaixo do esperado em abril.
O IPCA registrou inflação de 0,77% em abril, praticamente estável em relação a março, quando a variação foi de 0,79%. Muitos contavam com um número na faixa de 0,81% a 0,85%. Em 12 meses, o IPCA tem uma alta acumulada de 6,51%.
A meta oficial para este ano é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais. As projeções do "Focus", portanto, estão bastante perto do teto dessa meta, o que assusta o mercado.
Se as pressões inflacionárias não mostrarem o alívio esperado pelo governo, é quase certo [na ótica do mercado] que novas medidas para esfriar a economia virão. Como pairam incertezas sobre o que pode ser feito, a Bolsa trava: nos últimos meses, o índice acionário não saiu de uma estreita faixa de preços. Ao mesmo tempo, o capital estrangeiro migra para outras praças, o que também não ajuda na recuperação do mercado brasileiro.
Fonte: Folha.com