Análise Semanal. Confira as tendências para esta semana

Cenário Externo:
A situação da Grécia atraiu todas as tentações nos últimos dias, em meio à reunião do G20, em Cannes, na França.

Os líderes das 20 principais economias do mundo encerram hoje (4) a cúpula anual do grupo, tentando encontrar soluções para a crise das dívidas europeias e para o resgate da Grécia, assuntos que vêm dominando as discussões no balneário desde antes do início oficial da reunião.

Entre as possíveis alternativas discutidas no encontro está a disponibilização de bilhões de dólares em linhas de crédito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a fim de dar garantias a países em dificuldades honrar suas dívidas.

Espera-se ainda que o comunicado final do encontro, que deve ser divulgado na noite de hoje, traga um compromisso dos países com altos déficits de controlar suas contas e de países com grandes superávits comerciais de estimular seus mercados internos para eliminar os desequilíbrios na economia mundial.

Ainda assim, grande parte da atenção deverá estar voltada à Grécia, onde o premiê George Papandreou enfrenta um voto de confiança no Parlamento, o que contribui para as incertezas em relação ao plano de resgate do país.

Vários líderes presentes na cúpula manifestaram a necessidade de uma solução clara e rápida para a crise que vem ameaçando se alastrar pelos países da zona do euro e contaminar a economia global.

No final da reuniuão, a presidenta Dilma Rousseff disse que o encontro teve "sucesso relativo". Segundo Dilma, a preocupação central do encontro foi a estabilidade global, e ficou claro que tal situação não será alcançada sem a busca do crescimento.

"Foi uma reunião que teve o mérito de colocar na ordem do dia, mais uma vez, a força do G20 no que se refere ao apoio, ao auxílio e à sustentação de políticas anticrise imediatas, de políticas que se dispõem a dar sustentação ao conjunto do sistema. É um sucesso relativo, na medida em que os países da zona do euro deram um passo à frente na forma de enfrentar a crise", ressaltou Dilma, em entrevista coletiva concedida hoje (4), ao final do encontro.

Dilma fez um breve relato sobre os encontros bilaterais que teve ao longo dos dois dias da cúpula. Com a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, a presidenta falou sobre as relações comerciais com o país e se comprometeu a visitá-lo em março do ano que vem. As duas chefes de governo decidiram também enfatizar a importância ds pequena e média empresas no Ano Brasil-Alemanha, que ocorrerá no período 2013-2014.

Além disso, mereceram destaque alguns indicadores da economia norte-americana. Entre eles, a semana trouxe o resultado de dados do mercado de trabalho do país. A economia norte-americana gerou em outubro 80 mil novos postos de trabalho e registrou queda na taxa de desemprego para 9%. Os dados foram divulgados pelo Departamento de Trabalho do país e ficaram abaixo da expectativa do mercado.

Já os novos pedidos de auxílio-desemprego, que recuaram na semana passada em 9 mil, para total de 397 mil. As informações são do Departamento de Trabalho do país.

Outros indicadores também merecem destaque. O Índice da atividade dos gerentes de compras de Chicago, também conhecido como Chicago PMI, recuou em outubro para 58,4 pontos, após registrar 60,4 pontos em setembro. A leitura veio dentro do esperado pelo mercado.

Além disso, o índice de atividade industrial da região de Dallas, de acordo com escritório regional do Federal Reserve, registrou em outubro alta para 2,3 pontos, ante resultado de setembro de -14,4 pontos. Esta foi a primeira leitura positiva em seis meses.

O ISM Manufacturing, por sua vez, veio abaixo da estimativa e atingiu 50,8 pontos em outubro. O mercado aguardava um aumento para 52 pontos, após o indicador ter registrado 51,6 em setembro, ao passo que o setor de Serviços apresentou queda em outubro, de acordo com o índice do Insituto of Suply Management. O índice recuou para 52,9 pontos no período, e veio abaixo do esperado, de alta para 53,5 pontos.

Já os Gastos com Construção subiram 0,2% em setembro, de acordo com o Departamento de Comércio do país. O resultado divulgado hoje supera a expectativa de mercado, que apostava em 0,3%.

Além disso, a produtividade das empresas americanas no terceiro trimestre do ano avançou 3,1%, com os trabalhadores produzindo mais bens e serviços em menos horas de trabalho. Os dados foram divulgados na manhã de hoje pelo Departamento de Trabalho do país. O mercado trabalhava com um avanço de 2,5%. O levantamento mostra que a produção aumentou 3,8% no período, com as horas trabalhadas subindo apenas 0,6%. Com isso, o custo unitário do trabalho caiu 2,4%, a maior queda em seis trimestres.

Destaque ainda para Já os pedidos às fábricas norte-americanas avançaram 0,3% em setembro, e atingiram assim total de US$ 453,5 bilhões, informou nesta quinta-feira o Departamento de Comércio do país. O resultado veio acima do esperado, de queda de 0,2%.

Desta forma, o Dow Jones terminou com queda acumulada de 2,1% na semana, aos 11983 pontos, ao passo que o S&P perdeu 2,4%, aos 1253 pontos.

Confira os gráficos:






Cenário Interno:No Brasil, a FGV e o IBGE anunciaram dados da inflação e da indústria no país. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou 0,26% na última semana de outubro. Essa taxa é 0,05% inferior à apresentada na semana anterior, de 0,31%.
Já o Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas recuou 0,4% entre setembro e outubro de 2011, ao passar de 101,1 para 100,7 pontos. Com a décima queda consecutiva, o índice atinge o menor nível desde agosto de 2009 (100,2), ficando abaixo da média de 103,9 pontos desde 2003.
Além disso, a Pesquisa Industrial registrou queda de 2,0% em setembro, após ficar praticamente estável nos dois últimos meses. Na comparação com o mesmo período de 2010, o total da indústria recuou 1,6%, menor marca desde abril (-1,7%).
Outro destaque, a Balança Comercial brasileira encerrou outubro com saldo positivo de US$ 2,35 bilhões. O destaque ficou para a quarta semana do período, que teve superávit de US$ 1,33 bilhão. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Desta forma, a Bovespa terminou a semana com queda acumulada de 2,3%, aos 58670.


Confira o gráfico, além das maiores altas, baixas e as ações mais negociadas da semana:

Ibovespa
 
As maiores altas da semana

ATIVO CÓDIGO ÚLTIMO VARIAÇÃO
CESP CESP6 32,15 8,07%
ELETROBRAS ELET3 17,99 5,95%
EMBRAER EMBR3 11,58 4,42%
ELETROBRAS ELET6 24,72 4,30%
BRASIL TELEC BRTO4 11,83 3,14%

As maiores baixas da semana

ATIVO CÓDIGO ÚLTIMO VARIAÇÃO
HYPERMARCAS HYPE3 8,40 -4,33%
LOJAS AMERIC LAME4 14,54 -2,22%
ELETROPAULO ELPL4 30,51 -1,90%
LIGHT S/A LIGT3 26,45 -1,82%
CCR SA CCRO3 46,85 -1,47%

Mais negociadas da semana

ATIVO CÓDIGO ÚLTIMO VOLUME SEGMENTO
VALE VALE5 R$ 42,25 933.495.940,00 Minerais Metálicos
PETROBRAS PETR4 R$ 22,10 421.136.016,00 Exploração e/ou Refino
VALE VALE3 R$ 45,60 205.537.260,00 Minerais Metálicos
ITAUUNIBANCO ITUB4 R$ 32,62 191.607.624,00 Bancos
OGX PETROLEO OGXP3 R$ 14,23 163.980.296,00 Exploração e/ou Refino

Dólar:
O dólar comercial fechou em leve baixa na tarde desta sexta-feira, dia de agenda fraca, porém, que trouxe a divulgação de importantes dados da economia global.
Nesta sessão, a moeda norte-americana abriu no azul, e durante os negócios atingiu máxima de R$ 1,76 e mínima de R$1,7280.
No fim do dia, a divisa recuou 0,23%, e terminou cotada a R$ 1,740. Na semana, a divisa acumula alta de 1,60%.

Confira o gráfico:

Dólar 

Fonte: Bussola do Investidor