Ações da Lupatech voltam a despencar a já acumulam perdas de 39% na semana

Dando sequência às fortes quedas da véspera, quando despencaram 19,55%, as ações Lupatech (LUPA3) recuavam 13,55%  por volta das 12h55 (horário de Brasília) desta quinta-feira (23), sendo negociadas  a R$ 4,02. Em meio ao aumento da preocupação do mercado de que a companhia decrete um calote de sua dívida, considerando o seu alto nível de endividamento, os papéis LUPA3 já acumulam perdas de 39% só nesta semana. No ano, a desvalorização já supera os 79%.

As preocupações do mercado foram enfatizadas no dia anterior por um comunicado da companhia, solicitando a permissão aos detentores de bônus perpétuos para concluir a venda da Steelinject, unidade de injeção de aços, visando equilibrar sua estrutura de capital. A Lupatech havia recebido em 13 de outubro uma proposta para vender essa unidade da Steelinject para a Forjas Taurus por R$ 14 milhões.

No mesmo comunicado, a companhia reconheceu a sua fragilidade financeira já demonstrada no balanço do terceiro trimestre de 2011. De acordo com seu resultado trimestral, a dívida da Lupatech teve um aumento de 13,1% em relação a abril e junho de 2011, para R$ 1,22 bilhão. A falta de solidez da companhia fez com que o rendimento dos seus títulos perpétuos atingisse patamares recordes, levando as agências de classificação de risco Standard & Poor's e Moody's a alertarem sobre a possibilidade da companhia decretar default entre os próximos 12 meses.

Oferta de ações pode ser a solução
Devido à atual situação financeira da Lupatech, a Ativa Corretora optou por retirar os papéis da companhia da carteira, acreditando que a pressão sobre os papéis da companhia persistirá no curto e médio prazo. Ao comentar sobre o endividamento da empresa, o analista da corretora Artur Delorme acredita que apenas o processo de venda de ativos que a Lupatech deu início neste ano não deverá ser suficiente para melhorar sua situação financeira, acreditando na possibilidade de uma oferta de ações da companhia.

Delorme afirma ainda que os dois principais acionistas da empresa – Petros e BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) – deverão participar de forma ativa na recuperção financeira da companhia, "uma vez que o BNDES, além de deter 11% das ações, também é um dos principais credores da empresa, com 60% de sua dívida total".


Fonte: InfoMoney