Grécia deve sair da Zona do Euro, diz economista

O economista que ficou conhecido por antecipar a crise financeira de 2008 dos EUA, Nouriel Roubini, volta a criticar a austeridade imposta na Grécia pela União Europeia e pelo FMI.

Em artigo publicado nesta segunda-feira (19/9) no Financial Times, Roubini também defende uma reestruturação ordenada da dívida grega e consequente saída da Zona do Euro.

"A Grécia está presa num ciclo vicioso de insolvência, fraca competitividade e uma depressão cada vez mais profunda", escreve o economista, alertando que a dívida pública grega está perto de atingir os 200% do Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com Roubini, para evitar o colapso, "a Grécia tem de avançar já para um ‘default' ordenado, sair voluntariamente da Zona do Euro e regressar ao dracma [moeda grega substituída pelo euro]". Isto porque uma forte depreciação da moeda nacional "restauraria rapidamente a competitividade e o crescimento" do país, recomenda Roubini.

O economista reconhece, contudo, que o processo de saída da Grécia da Zona do Euro seria "doloroso", provocando, por exemplo, perdas aos bancos, que seriam superáveis se as instituições forem "agressivamente recapitalizadas".

No artigo, Roubini afirma que "outros países periféricos têm problemas de sustentabilidade de dívida e de competitividade do estilo grego", defendendo que "Portugal, por exemplo, pode eventualmente ter que reestruturar a sua dívida e sair da Zona do Euro".

Quanto à Itália e Espanha, Roubini afirma que são "duas economias potencialmente solventes", mas que irão precisar de financiamento da Europa, independente da Grécia sair ou não da Zona do Euro.

Fonte: Brasil Econômico