Dólar encerra valorizado pelo sétimo dia e acumula alta de 2,50% na semana
Pelo sétimo dia seguido, o dólar comercial encerrou as cotações em
patamar positivo, agora galgando a casa de R$ 1,67, com viés para R$
1,70, não visto desde dezembro de 2011. No interbancário, a divisa
finalizou cotada a R$ 1,676 na compra e R$ 1,677 na venda, alta de
1,04%. Na semana a divisa acumula alta de 2,50%.
No mercado futuro, o contrato para outubro negociado na BM&F operava em alta de 1,22% a R$ 1,691.
A queda acentuda nas bolsas mundiais, principalmente na europeia, gera
um temor maior de piora da crise com a possibilidade de a Grécia não
quitar suas dívidas, isso leva os investidores a corrida pelo dólar,
fazendo com que a moeda avance patamares, é o que explica o operador de
câmbio da Confidence Corretora, Felipe Pellegrini.
"Já no mercado acionário norte-americano, os investidores não se
mostraram mais otimistas com o anuncio de um novo pacote de emprego
apresentado ontem pelo presidente dos EUA, Barack Obama", contextualiza.
Com esse cenário o dólar operou em alta frente às principais moedas como o real, a libra e o euro.
De acordo com Pellegrini, a falta de respostas dos governos envolvidos
nas crises deixa o mercado apreensivo. "Não vejo impedimentos para
testarmos a casa de R$ 1,70, o que pode acontecer na próxima semana",
conclui.
Na agenda norte-americana, os estoques do atacado (Wholesale
Inventories) subiram 0,8% em julho ante junho, para US$ 462,4 bilhões,
segundo dados do Departamento do Comércio norte-americano.
O resultado ficou dentro do esperado pelo mercado que era de expansão de 0,8% (previsão Forex Factory).
Ainda por lá, ontem o presidente Barack Obama, apresentou um plano de
emprego no valor de US$ 447 bilhões em discurso perante ambas Câmaras do
Congresso, onde também anunciou que no próximo dia 19 lançará uma
proposta "mais ambiciosa" para o corte do déficit e da dívida pública.
O plano requer aprovação do Congresso, onde os democratas controlam o
Senado e os republicanos dominam a Câmara de Representantes, o que pode
acarretar uma disputa partidária similar à protagonizada há pouco tempo
em torno do aumento do teto da dívida do país.
Segundo o presidente americano, "tudo o que está aqui é o tipo de proposta apoiada tanto por republicanos como por democratas".
Entre outras coisas, a medida apresentará cortes de impostos para
empresas que contratem novos trabalhadores e recortará impostos sobre o
salário dos trabalhadores e pequenas empresas.
Em alusão às reivindicações republicanas que exigem uma resposta à crise
econômica com diminuição do gasto público para cortar o déficit fiscal,
Obama garantiu que "tudo no projeto de lei estará completamente
coberto".
Para custear o programa, o presidente propõe que a "supercomissão"
criada por causa do acordo sobre o teto da dívida, que deve identificar
antes de dezembro cortes no gasto público no valor de US$ 1,5 trilhão na
próxima década, agregue a esse total o custo do programa.
Na Europa, Jürgen Stark, membro da Diretoria Executiva e do Conselho do
Banco Central Europeu (BCE) renunciou hoje ao cargo antes do fim de seu
mandato, em 31 de maio de 2014, alegando "motivos pessoais".
O BCE informou que Stark permanecerá no cargo até que seu sucessor seja
nomeado, que deve acontecer até final deste ano. O executivo era membro
da Diretoria Executiva e do Conselho do banco desde 1º de junho de 2006.
Em nota, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet
agradeceu a Stark por sua "contribuição à Europa" e manifestou gratidão
por sua dedicação ao cargo.
Jornais internacionais relatam que a renúncia de Stark é o mais recente
desacordo entre funcionários europeus sobre como resolver seus problemas
econômicos e parar a ameaça aprofundamento de uma crise da dívida se
espalhando.
Stark era contra a decisão do BCE no mês passado para reativar o seu programa de compra de títulos públicos.
No campo nacional, o Banco Central interferiu apenas uma vez no câmbio
para compra de dólares no mercado à vista. A taxa praticada foi de R$
1,6803.
Fonte: Último Instante