Copom avalia que aumento do superávit primário diminui riscos para a inflação
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC)
considera que está em curso um processo de consolidação fiscal no país.
Segundo a ata da última reunião do comitê, divulgada hoje, o recente
aumento do superávit primário, economia feita para o pagamento da dívida
pública, torna “o balanço de riscos para a inflação mais favorável”. No
último dia 31, o comitê reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5
ponto percentual para 12% ao ano. A decisão surpreendeu o mercado
financeiro que esperava no manutenção da taxa.
Segundo a
ata, o Copom espera o cumprimento da nova meta de superávit primário,
cerca de 3,15% do Produto Interno Bruto (PIB), sem descontos dos
investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), este ano.
Em 2012 e 2013, a “hipótese de trabalho” do BC é a de que o superávit
primário fique em torno de 3,10% do PIB, sem ajustes.
Para
o Copom, os resultados fiscais previstos contribuem para “arrefecer o
descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta”, o que
gera inflação, e “solidificarão a tendência de redução da razão dívida
pública sobre produto [PIB]”.
Na ata, o comitê destaca
“que o cenário central também contempla moderação na expansão no mercado
de crédito, para a qual contribuem ações macroprudenciais e ações
convencionais de política monetária [taxa Selic] recentemente adotadas”.
O Copom considera, ainda, “oportuna” a decisão do governo de moderar os
subsídios nas operações de crédito.
Além da redução dos
gastos públicos, o comitê destaca que levou em consideração para reduzir
a Selic a deterioração do cenário internacional, com a crise econômica
externa, e os efeitos das ações de restrição ao crédito no país,
implementadas no final do ano passado. Segundo a ata, as decisões
futuras sobre a taxa Selic vão levar em consideração esses mesmos
aspectos.
Fonte: Último Instante