Conheça 10 dicas de grafistas para se dar bem no mundo da análise técnica

A análise técnica  desperta a curiosidade de muita gente que pretende começar a se aventurar no mercado financeiro. Com a possibilidade de conseguir bons lucros em um curto espaço de tempo, o estudo gráfico das ações facilmente se torna alvo de discussões entre aqueles que defendem seu uso e os fundamentalistas - isto é, aqueles que possuem foco de investimento no longo prazo. Mesmo assim, o fato é que a análise técnica segue cativando cada vez mais seguidores no Brasil com o passar do tempo.

Embora o lucro rápido seja um dos pontos mais atrativos nas operações baseadas na análise técnica, sejam elas day trade  (que duram no máximo um dia) ou swing trade (duração de mais de um dia), o investidor – tanto aquele que já se considera “experiente no assunto” quanto aquele iniciante que pretende ingressar nesse tipo de análise – precisa tomar muitos cuidados e apresentar bastante disciplina para ingressar no mundo gráfico.

Confira as 10 lições essenciais para que o investidor possa não só também maximizar como minimizar suas perdas nas operações de day trade.

1. Sempre utilize o stop
Um ponto crucial destacado por todos os analistas consultados é a importância de ter um manejo de risco eficiente e disciplinado. Dessa forma, a utilização do stop loss é tida como fundamental, pois o investidor precisa saber antes de entrar em uma operação quanto ele está disposto a perder caso ela não dê certo.

Conforme explica Raphael Figueredo, o stop como função essencial para mensurar quanto se está disposto a arriscar em uma operação. “O investidor sendo ‘stopado’ (no lucro ou prejuízo) deixa um caixa livre e isso é uma forma de se permitir entrar em uma nova operação”, diz Figueredo, lembrando que, para que isto funcione, é muito importante que o investidor tenha disciplina. “O investidor que não 'stopa' vira torcedor e não investidor”, complementa.

2. Opere aquilo que você vê, não o que você acha
Segundo Antonio Montiel, analista técnico e diretor da UM Educacional, é comum às vezes o investidor se deixar levar por alguma notícia que saiu no mercado para tomar uma decisão de investimento, e acaba fazendo isso mesmo antes de olhar o gráfico da ação. Para ele, é importante que o investidor veja primeiro “o que o gráfico está dizendo” antes de tomar uma decisão com um viés mais subjetivo.

3. "The trade is your friend" (a tendência é sua amiga):
Montiel também aponta seguir a tendência do mercado como uma das premissas mais fundamentais da análise técnica. “Se você conseguiu identificar a tendência do mercado e/ou de uma ação, tente operar a favor dessa tendência, já que esta é a trajetória em que se encontra o mercado”, diz o diretor da UM Educacional.

Na mesma linha, Figueredo ressalta que a tendência é resultado do consenso do mercado, ou seja, “se o investidor operar contra ela, estará indo contra o mercado.”

4. Leia muitos livros norte-americanos:
Saindo da parte operacional e entrado mais na área de formação do trader, o analista-chefe Leandro Martins, diz que o investidor brasileiro deve ler bastante as obras sobre análise técnica de autores norte-americanos. “Eles estão 20 anos na nossa frente”, diz Martins.

5. Tome cuidado com as vendas a descoberto:
Embora sejam essenciais para o investidor que pretende operar via day trade, as operações de venda a descoberto merecem certo cuidado, lembra Juliano Carneiro. Isso porque o mercado de ações é predominantemente altista, ou seja, por mais que ele sofra oscilações no decorrer do tempo, a trajetória dele é predominantemente de alta no longuíssimo prazo. Dessa forma, uma operação de venda a descoberto nada mais é do que “apostar” contra a tendência principal do mercado, explica Carneiro.

6. Nunca faça preço médio para baixo:
Figueredo classifica essa operação como “tiro no pé” – o preço médio para baixo consiste na compra de mais ações que você já possui a um preço menor do que você havia pago antes, com o intuito de diminuir o total médio pago por ação. “O investidor acha que está se ajudando ao comprar a ação a um preço mais baixo para diminuir o preço e acha que está se ajudando, mas na verdade está aumentando ainda mais o risco de sua operação”, explica o analista.

7. Não tente antever tendências do mercado:
Outro ponto abordado pelo Figueredo é a falsa ilusão que a análise gráfica traz ao investidor, que acredita que pode ver o futuro através disso. Conforme ele explica, a análise técnica ajuda a rastrear a tendência baseada no fluxo do mercado, o que exige que o investidor espere a confirmação desses sinais para operar, evitando assim pontos de indecisões.

8. Confie mais nas figuras que nos indicadores:
Adepto à utilização de figuras gráficas em suas análises de mercado, Leandro Martins explica que o investidor deve se ater mais a essas figuras do que aos indicadores técnicos desenhados no mercado. Conforme ele mesmo diz, como boa parte desses indicadores são baseados no preço da ação, eles acabam mostrando certo atraso na hora de confirmar alguma compra ou venda, abrindo a brecha para que o trader não só deixe de ganhar mais como também possa perder mais.

Dessa forma, Martins destaca a utilização de triângulos, bandeiras e flâmulas para operações de curtíssimo prazo, deixando indicadores técnicos em segundo plano. “Eles são bons instrumentos para confirmação de trade, mas não podem ser utilizados separadamente para tomadas de decisões”, diz o analista-chefe.

9. Todas as informações que precisa estão contidas no gráfico:
Seguindo a linha do segundo item mencionado na matéria, Figueredo complementa dizendo que noticiários e dados econômicos não devem ser utilizados como motivos para comprar ou vender certo ativo, muito embora essas notícias, o mercado cria expectativas e se move. “Devemos operar conforme a própria direção do mercado”, exalta o analista.

10. Evite o máximo operar papéis com baixa liquidez:
Por último, o próprio Figueredo pede para que o investidor tenha cautela na hora de investir em um papel de bem menor liquidez, tendo em vista não só o fraco volume desses papéis – o que diminui a montagem e desmontagem de posições – como também o fato de suas estarem mais expostos à volatilidade decorrente de algum rumor solto no mercado.

“A análise gráfica só tem toda sua credibilidade quando há o maior numero de players participantes. No caso de um ativo com baixa liquidez ela poderá ser falha e confundida com movimentos meramente especulativos”, explica Figueredo.

Fonte: InfoMoney