Como os japoneses estão influenciando a cotação do real



Há um fator não muito considerado pelo mercado que está influenciando pesadamente o rumo da moeda brasileira nas últimas semanas: a atuação dos investidores japoneses. A “culpa” é dos fundos conhecidos como “double-deckers”, voltados para os aplicadores do país asiático, ressalta um relatório da gestora brasileira Western Asset.

A atuação dos “double-deckers” soma-se aos outros três fatores já bem conhecidos, o aumento da aversão ao risco, a queda inesperada da Selic no final de agosto (de 50 pontos-base) e a expectativa por uma recessão global deflagrada pela crise da dívida soberana dos países europeus.

“Vimos três hipóteses que explicam, mas não explicam o comportamento recente do câmbio. Há um quarto fator, técnico, que por enquanto ainda está sendo discutido apenas nos círculos especializados: a existência dos chamados fundos double-decker”, destaca a Western Asset. Esses fundos assumem posições em mercados de risco (S&P500, Nikkey, Crédito High Yield) e, além disso, compram derivativos de moedas para alavancar os resultados.

Desta forma, o resultado final é a soma do retorno do ativo de risco, mais a valorização da moeda, daí o termo que dá nome aos fundos. “Adivinhe qual a moeda predileta dos japoneses para este tipo de operação? Se você pensou no real, acertou. A moeda brasileira representa cerca de 90% deste tipo de operação, em um estoque avaliado em US$ 60 bilhões”, explica o fundo.

Fonte: Exame