Alta do dólar leva custo de dívida da Gol a recorde sobre a Tam
O salto dos juros pedidos pelo mercado para papéis da Gol se comparam a 0,36 ponto percentual durante o mesmo período para companhias aéreas internacionais acompanhadas pelo Bank of America.
A dependência da Gol de receita em reais proveniente do mercado doméstico torna a empresa mais vulnerável à alta do dólar, que já chega a 15% este mês, do que a Tam, que teve 31% das suas vendas em 2010 com origem em voos internacionais.
A receita atrelada ao dólar que a Tam obtém com voos com destinos fora do Brasil serve como uma melhor proteção contra a elevação dos custos com combustível e com a dívida em moeda estrangeira, disse Jose Vertiz, analista da Fitch Ratings.
"Como a Gol é basicamente orientada pelo mercado doméstico e as receitas são mais dependentes da moeda local, ela vai ser mais afetada enquanto essa tendência piorar" para o real, disse Vertiz.
"Ambas companhias tem um alto percentual de receitas em moeda local, mas, no caso da Tam, existe mais diversificação."
Crescimento global
O real teve a segunda maior queda em relação ao dólar este mês entre as moedas de mercados emergentes, só atrás do rand sul-africano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Investidores estão rejeitando ativos de maior rendimento em meio ao desaquecimento da economia global e à piora da crise de dívida na Europa. Na semana passada, o Banco Central tomou iniciativas para sustentar o real pela primeira vez desde 2009, por meio do leilão de contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.
A Gol gerou 94%da receita no Brasil no ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg. A empresa informou em 11 de agosto que o prejuízo se ampliou para R$ 359 milhões no trimestre encerrado em 30 de junho, comparado a uma perda de R$ 51,9 milhões um ano antes.
O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Jr., afirmou em comunicado em 11 de agosto que o prejuízo foi causado por um aumento excessivo na concorrência, que levou à diminuição dos preços das passagens.
A Gol não quis fazer comentários sobre o desempenho dos títulos da empresa, segundo a assessoria de imprensa que representa a companhia.
'Problema'
O preço médio das passagens aéreas no Brasil caiu para o menor nível desde que os dados começaram a ser levantados em 2002 pela Agência Nacional de Aviação Civil.
Os brasileiros estão pagando em média R$ 260 nos voos domésticos em 2011, comparado a R$ 418 em 2008. Em agosto, o movimento de viagens domésticas aumentou 13,5 por cento em relação a um ano antes, segundo a Anac.
A capacidade da Gol de cortar preços para concorrer no mercado doméstico será limitada pela desvalorização do real, que eleva os custos com financiamento e combustíveis, disse Roger King, analista da CreditSights Inc. em Nova York
"Posso dizer que um real mais fraco vai dificultar o corte de tarifas e todo esse enorme aumento no tráfego veio de tráfego muito sensível a preço", King disse em entrevista por telefone. "Isso vai ser um problema."
Queda do petróleo
A Gol pode se beneficiar do declínio do preço do petróleo, provocado pela desaceleração do crescimento global, disse Michael Roche, um estrategista de mercados emergentes da MF Global em Nova York.
O barril caiu 9,2% na semana passada, para US$ 79,85.
"Acima de tudo, uma diminuição do preço do petróleo seria bem-vinda se os preços das commodities cederem", disse Roche.
A Gol tem classificação de risco BB- pela Standard & Poor's e pela Fitch, três níveis abaixo do grau de investimento, e um nível acima da nota da Tam. A assessoria de imprensa da Tam não quis fazer comentários.
A melhor classificação de risco da Tam e sua fusão com a Lan colaboram para que seus bônus tenham desempenho melhor que os da Gol, disse Vertiz, da Fitch. O tribunal antitruste do Chile aprovou na semana passada a aquisição da Tam pela Lan para formação da segunda maior companhia aérea do mundo por valor de mercado.
Os mercados "enxergam esta companhia como melhor que a Gol", disse Vertiz. "Para o detentor de título, ser parte de uma empresa maior e parte de uma companhia aérea que tem muito boa diversificação entre passageiros e carga, uma forte posição de mercado na América Latina e está tomando medidas para melhorar a geração de fluxo de caixa é visto de forma muito positiva."
O preço médio das passagens aéreas no Brasil caiu para o menor nível desde que os dados começaram a ser levantados em 2002 pela Agência Nacional de Aviação Civil.
Os brasileiros estão pagando em média R$ 260 nos voos domésticos em 2011, comparado a R$ 418 em 2008. Em agosto, o movimento de viagens domésticas aumentou 13,5 por cento em relação a um ano antes, segundo a Anac.
A capacidade da Gol de cortar preços para concorrer no mercado doméstico será limitada pela desvalorização do real, que eleva os custos com financiamento e combustíveis, disse Roger King, analista da CreditSights Inc. em Nova York
"Posso dizer que um real mais fraco vai dificultar o corte de tarifas e todo esse enorme aumento no tráfego veio de tráfego muito sensível a preço", King disse em entrevista por telefone. "Isso vai ser um problema."
Queda do petróleo
A Gol pode se beneficiar do declínio do preço do petróleo, provocado pela desaceleração do crescimento global, disse Michael Roche, um estrategista de mercados emergentes da MF Global em Nova York.
O barril caiu 9,2% na semana passada, para US$ 79,85.
"Acima de tudo, uma diminuição do preço do petróleo seria bem-vinda se os preços das commodities cederem", disse Roche.
A Gol tem classificação de risco BB- pela Standard & Poor's e pela Fitch, três níveis abaixo do grau de investimento, e um nível acima da nota da Tam. A assessoria de imprensa da Tam não quis fazer comentários.
A melhor classificação de risco da Tam e sua fusão com a Lan colaboram para que seus bônus tenham desempenho melhor que os da Gol, disse Vertiz, da Fitch. O tribunal antitruste do Chile aprovou na semana passada a aquisição da Tam pela Lan para formação da segunda maior companhia aérea do mundo por valor de mercado.
Os mercados "enxergam esta companhia como melhor que a Gol", disse Vertiz. "Para o detentor de título, ser parte de uma empresa maior e parte de uma companhia aérea que tem muito boa diversificação entre passageiros e carga, uma forte posição de mercado na América Latina e está tomando medidas para melhorar a geração de fluxo de caixa é visto de forma muito positiva."
Fonte: Brasil Econômico