Ações da Vale e Bradespar figuram entre as maiores quedas do Ibovespa
As ações da Vale (VALE3, VALE5) e da Bradespar (BRAP4), uma das principais acionistas da mineradora, figuraram entre as maiores quedas do Ibovespa nesta segunda-feira (26), limitando as altas do índice de ações, tendo em vista a forte participação dos ativos das companhias na composição da carteira teórica.
Os papéis da Bradespar recuaram 1,90% - quarta maior queda do Ibovespa - cotados a R$ 34,12, após terem chegado a recuar 3,62% no intraday. Já as ações ON e PNA da Vale operavam com desvalorização de 1,33% e 1,22%, respectivamente, terminando cotadas a R$ 43,71 e R$ 40,50, nessa ordem. Nas suas mínimas alcançadas neste pregão, VALE3 e VALE5 chegaram a apresentar queda de 2,91% e 2,41%.
O benchmark da bolsa brasileira, por sua vez, fechou em alta de 0,97%, mesmo com o forte predomínio de altas contra quedas na sessão dessa segunda-feira. Vale destacar que o forte avanço das ações da Petrobras (PETR3; PETR4), outra com forte peso no índice, colaborou para a alta. As ações ordinárias da estatal avançaram 3,43%, enquanto os papéis preferenciais subiram 3,24%, para R$ 21,72 e R$ 19,78.
Saída de estrangeiros, China e dólar
Segundo Carlos Daltozo, analista do BB Investimentos, um dos motivos que podem estar afetando os papéis da mineradora diz respeito ao noticiário dos últimos dias, que apontam que a economia chinesa - principal cliente da Vale no mundo - pode já estar dando sinais mais claros de desaceleração.
Nessa linha, o economista-chefe do BNP Paribas na América Latina, Marcelo Carvalho, disse nesta segunda em coletiva de imprensa sobre perspectivas econômicas que reduziu suas projeções de crescimento econômico global para 3,9% em 2011 e 3,4% em 2012 - a projeção anterior para ambos anos era de 4,3%.
Contudo, Daltozo comenta que esse efeito negativo deveria ser compensado pela alta do dólar em relação ao real vista recentemente. Somente em setembro, a moeda norte-americana já acumula apreciação de mais de 15%, saltando da faixa de R$ 1,60 vista ao final de agosto para os atuais R$ 1,85. A divisa estrangeira mais forte beneficia empresas com suas operações voltadas para a exportação, como é o caso da Vale.
Mas então o que está causando esse desequilíbrio?
A resposta pode ser a saída de investidores estrangeiros e fundos de ações, opinião não só de Daltozo como também de Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora. Conforme explica Galdi, o momento atual de maior aversão ao risco no mercado tem contribuído para um maior resgate por parte dos fundos de ações. "Nesse cenário, a Vale, que possui a maior liquidez na bolsa brasileira, acaba sendo 'premiada' com isso", complementa o analista da SLW.
Fonte: InfoMoney