Ações baratas fazem Ibovespa subir e descolar de Wall Street
O principal índice de ações do país registra alta na tarde
desta terça-feira (6/9), recuperando as perdas ocorridas nos últimos
dois pregões. Mas analista diz que cenário pode mudar até o fim do dia.
O
Ibovespa registrava alta de 1,96% no início da tarde de hoje, superando
a faixa dos 56.000 pontos, com mais de R$ 3 bilhões de giro
financeiro.
De acordo com Eduardo Machado, a recuperação
de hoje leva em conta as perdas de dois pregões consecutivos,
principalmente os 2,71% perdidos na seção de segunda-feira (5/9) com as
bolsas americanas sem operação devido a um feriado.
"A realização dos pregões anteriores abriu oportunidade de compra de várias ações", avalia Machado.
Entre
as maiores altas do dia aparecem as ações consideradas defensivas.
Papéis da Sabesp (SBSP3) e da Tele Norte Leste Participações (TNLP3), do
grupo Oi, sobem 4,86% e 4,52%, respectivamente. No terreno negativo,
ações da Tim (TIMP3) e da BMFBovespa (BVMF3) recuam 2,92% e 0,64%, nesta
ordem.
Porém, segundo o analista, o índice paulista pode
reverter os ganhos até o final do pregão se levada em consideração a
análise técnica dos gráficos de hoje.
"Quando o pregão
inicia com uma queda acentuada e vira para o positivo ainda pela manhã,
há grandes chances de fechar o pregão no negativo", afirma.
Dados
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
mostram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
voltou a subir no mês de agosto, com variação de 0,37%. Mais uma vez os
alimentos exerceram maior pressão sobre o índice. Em 12 meses, o
indicador acumula 7,23% de alta.
Mesmo com o avanço no
IPCA, Machado diz que o mercado já vinha trabalhando com projeções mais
pessimistas e não foi abalado pelos dados, mas aguarda redução de gastos
públicos.
"Se realmente houver contenção de gasto
público veremos uma possível retração econômica para motivar uma queda
da taxa de juros, mas o Banco Central resolveu antecipar a isso. O
mercado está com receio das medidas que serão tomadas pelo governo",
conta.
Lá fora, o crescimento pífio de 0,2% do Produto
Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro no segundo trimestre preocupa
investidores e as bolsas europeias recuaram.
"Há um temor em relação à dificuldade de retomada da economia internacional", afirma Machado.
O
temor contamina as bolsas em Wall Street e o índice Standard &
Poor's 500 tinha queda de 1,85%, Nasdaq recuava 1,66% e o índice Dow
Jones caía 1,87% nesta tarde.
Fonte: Brasil Econômico