Radar: acompanhe algumas das principais oscilações na bolsa nesta sexta-feira

SÃO PAULO – O Ibovespa registra queda de 0,22% nesta sexta-feira (19), após iniciar o pregão com desvalorização superior a 1% e operar no campo possitivo por volta das 11h00 (horário de Brasília). Em uma sessão escassa de indicadores na agenda econômica, o índice opera em um movimento de ajuste das fortes perdas registradas na véspera, quando fechou com queda de 3,52%. Além disso, a situação no mercado externo continua a deixar o mercado temeroso sobre uma possível recessão global.

Vale
 No front corporativo, a Vale (VALE3, R$ 41,22, -0,91%, VALE5, R$ 37,77, -1,38%) afirmou que estuda criar uma nova empresa sob seu controle, para atuar no segmento de logística. A ideia é abrigar ativos e contratos que envolvam transporte de carga em geral – especialmente produtos que não sejam minério de ferro.

Matéria publicada no jornal Valor Econômico conta que a oferta inicial de ações da nova empresa no Novo Mercado da BM&F Bovespa pode ser realizada já no ano que vem. A futura companhia, que se chamará Vale Logística, teria 30% do controle nas mãos da própria mineradora.

Por outro lado, a companhia confirmou nesta sexta-feira o pagamento de R$ 5,8 bilhões em impostos à Receita Federal, referentes ação judicial que a empresa perdeu para o órgão. O imposto devido foi a Contribuição Social sobre o lucro líquido, e parte do entendimento do Supremo Tribunal Federal de que as empresas deveriam pagar o tributo sobre o lucro líquido proveniente de suas exportações.

Light
Já a Light (LIGT3, R$ 24,90, -0,40%) respondeu a uma solicitação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para que se explicasse em relação a uma notícia veiculada pelo Valor Econômico no dia 10 de agosto que dava conta de sua entrada na usina de Belo Monte.

Segundo a empresa, não há qualquer negociação em curso com os sócios da Norte Energia, controladora da hidrelétrica, nesse sentido. A reportagem dava conta de que a companhia assumiria 5% do controle e teria de investir R$ 1,5 bilhão no empreendimento.

Telesp
Enquanto isso, a Telefónica espanhola – que controla a Telesp (TLPP4, R$ 46,41, -1,02%) no Brasil – anunciou que sua nota de crédito de longo prazo foi rebaixada pela agência de classificação Standard & Poor’s. Anteriormente, o rating era de A-, mas foi cortado para BBB+, agora com perspectiva estável.

CPFL e Ersa
Além disso, a Ersa comunicou ao mercado que recebeu uma proposta para a venda de energia gerada em quatro parques eólicos situados no Rio Grande do Norte. De acordo com a CPFL Energia (CPFE3, R$ 19,98, -1,58%), essas unidades fazem parte do portfólio conjunto criado na parceria com a empresa de energia renovável. O documento indica que a intenção é de que 60,9 megawatts médios sejam vendidos durante 20 anos. A potência instalada total das usinas geradoras no estado é de 116 megawatts.

Braskem e Basf
Operando no campo positivo, a Braskem (BRKM5, R$ 17,35, +0,23%) e Basf anunciaram nesta sexta-feira um acordo para produção de ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes (SAP) no Brasil. A alemã Basf irá construir um pólo produtor de acrílicos na região de Camaçari, na Bahia, e a brasileira Braskem fornecerá a matéria prima (propeno e soda) necessária.

Segundo as empresas, a Basf investirá mais de US$ 750 milhões na construção das fábricas que serão as primeiras a produzir ácido acrílico e SAP no Brasil e na América do Sul. Por sua vez, a Braskem fará um aporte da ordem de US$ 30 milhões.

TAM
No mesmo sentido, a TAM (TAMM4, R$ 29,36, +0,75%) continuou como líder nos voos brasileiros, 40,88% de market share, mas a diferença para a GOL (GOLL4, R$ 10,26, +1,48%), que é a segunda colocada, caiu de 4,9 para 2,7 pontos percentuais, na mesma comparação. No âmbito internacional, a fatia de mercado dominada pela TAM é ainda maior, de 88%. Em julho, a aérea atingiu a taxa recorde de ocupação em suas viagens ao exterior, de 86,2%.

Na véspera, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) divulgou que o mercado doméstico do setor avançou 20,07% no mês de julho, contra o mesmo mês de 2010.

Balanço corporativo: Randon
Por fim, a Randon (RAPT4, R$ 9,20, -0,95%) informou que sua receita líquida consolidada atingiu R$ 352,1 milhões no mês de julho, o que representa crescimento de 9,3% em relação ao resultado de julho de 2010. No acumulado do ano, a receita líquida consolidada da companhia totalizou R$ 2,404 bilhões ou 18,8% maior do que o montante reportado de janeiro a julho de um ano antes.

Instabilidade persiste nos mercados
Os investidores investidores continuam atentos aos sinais de desaquecimento da economia norte-americana, apontado pelos indicadores econômicos piores que a expectativa divulgados na véspera. Além disso, após o Morgan Stanley e o Goldman Sachs cortarem suas projeções de crescimento econômico para os EUA na quinta-feira (18), desta vez o mesmo ocorreu com o Citigroup e com o JP Morgan.

Já a Zona do Euro fica em xeque após o banco central da união monetária informar que emprestou US$ 500 milhões para uma instituição financeira. Para tentar contornar o pessimismo, a Espanha, um dos países cuja política fiscal é acompanhada de perto, informou que espera aprovar um programa de corte nos gastos. As medidas têm como objetivo reduzir o orçamento em € 5 bilhões. A meta é fechar o déficit público em 6% ao fim deste ano – em 2010, o indicador terminou em 9,2%.

Agenda econômica

Com a agenda escassa de indicadores ecomômicos, o destaque fica por conta do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que registrou inflação de 0,27% em agosto. O valor registrado na última medição do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é 0,17 ponto percentual maior que a registrada no mês anterior.
Fonte: InfoMoney