Incertezas sobre economia não destoam e bolsas da Europa fecham em queda

SÃO PAULO – Após abrirem em alta, refletindo o anúncio feito pelo presidente norte-americano, Barack Obama, de um acordo entre republicanos e democratas para evitar um default na dívida dos EUA, as principais bolsas europeias, no entanto, inverteram a tendência e encerraram a sessão desta segunda-feira (1) em queda.

Embora Obama tenha sinalizado um consenso sobre o corte de gastos e a alta no limite de endividamento do país, o mercado parece não ter amenizado sua cautela uma vez que tal acordo ainda deve passar pela aprovação do Senado norte-americano, além de não ter mostrado clareza em todos os pontos acertados. É o caso do corte de gastos, que, segundo Obama, ainda deverá ser estudado por uma comissão parlamentar até novembro, a qual decidirá em quais setores da economia ele será efetuado.

FTSE 100, da bolsa de Londres, apresentou queda de 0,70%, atingindo 5.774 pontos. Enquanto o DAX 30, da bolsa de Frankfurt, caiu 2,86% ficando em 6.956 pontos, o CAC 40, da bolsa de Paris, perdeu 2,27% a 3.558 pontos, e o SMI, da bolsa de Zurique cedeu 1,5%, indo para 5.873 pontos. O FTSE MIB, da bolsa de Milão, desvalorizou 3,86% para 17.720 pontos, enquanto o IBEX 35, de Madri, declinou 3,24%, para 9.318 pontos.

Resultados corporativos ainda em foco

Em Londres, as ações do HSBC subiram 2,19%. O banco anunciou aumento de 36% no lucro líquido no primeiro semestre deste ano frente a igual período de 2010, para US$ 9,2 bilhões, superando a estimativa dos analistas. A instituição também comunicou que planeja cortar 30 mil empregos até o final de 2013 para conter custos e controlar despesas.

Os papéis da Intertek avançaram 3,92%  depois de o grupo informar que suspenderá o pagamento de dividendos em 15%. A empresa, que anunciou três aquisições em separado, disse que a receita para o primeiro semestre subiu 17%. O lucro líquido caiu 5% como margem para o seu segmento de bens de consumo enfraquecido.

Ainda na bolsa londrina, as ações da Hammerson tiveram alta de 1,44% com a informação de que o lucro líquido para os seis meses encerrados em junho caiu 43%, devido às despesas administrativas. Em uma base ajustada, o lucro caiu 0,7% no período.

Na França, os papéis da Air Liquide registraram queda de 0,97%, embora a companhia tenha anunciado crescimento de 11% no lucro dos primeiros seis meses do ano, para € 750 milhões, superando a previsão de € 744 milhões.

Preocupação econômica derruba bancos
A maioria das ações dos bancos fechou no terreno negativo. Em Londres, os papéis do Lloyds e do Royal Bank of Scotland desempenharam as maiores perdas deste pregão, com desvalorizações de 4,98% e 4,31%, respectivamente.

Em Paris, as ações do Société Génerale caíram 4,12%, enquanto que os papéis do BNP Paribas recuaram 3,94%. Em Frankfurt, o destaque de queda foi do Commerzbank, recuando 5,19%. Na esteira, o Deutsche Bank caiu 3,95%.

Agenda econômica
O PMI (Purchase Managers Index) chinês, medido pela consultoria Markit Economics, caiu de 50,1 em junho para 49,3 em julho. Enquanto o PMI oficial do país, realizado pela Federação de Logística e Compras da China e pelo Escritório Nacional de Estatísticas, desacelerou de 50,9 para 50,7 no período.

Na Zona do Euro, a taxa de desemprego ficou estável em junho em comparação a maio, em 9,9%. Em junho de 2010, o desemprego estava em 10,2%. Nos 27 países da União Europeia, o nível de desemprego também se manteve estável no período, em 9,4%. Em junho do ano passado, o índice havia marcado 9,7%.

Já o PMI final da Zona do Euro caiu para 50,4 em julho contra 52 em junho, de acordo com a consultoria Markit Economics. Trata-se do nível mais fraco desde setembro de 2009.

Ampliando o clima de cautela do pregão, o ISM Index, indicador, que mede o nível de atividade industrial nos Estados Unidos, foi pior do que esperado no mês de julho. No último mês, o indicador atingiu 50,9 pontos, enquanto as expectativas do mercado indicavam 54 pontos. A medição de junho marcara 55,3 pontos.

Confira o fechamento dos principais índices acionários europeus:



Fonte: InfoMoney