Governo está pronto para adotar medidas anticrise, diz ministro da Fazenda

SÃO PAULO – O Governo está pronto para adotar, se necessário, novas medidas frente à crise econômica mundial, em postura semelhante à adotada com relação ao câmbio, discursou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Segundo o ministro, a preferência deve ser por "armas monetárias" para amenizar os efeitos da crise internacional no Brasil, como o controle dos juros e do compulsório, uma vez que tais medidas podem estimular o crescimento sem impactar negativamente as contas públicas.


No entanto, caso o governo decida elevar ainda mais o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) para operações com derivativos – medida já adotada pelo Governo com a intenção de interromper a apreciação do real frente ao dólar -, o setor exportador será compensado, revelou.

Crise por mais dois anos
Além disto, Mantega defendeu que o país precisa estar preparado para um ambiente no qual ocorra uma recessão em países avançados, como EUA e Japão, apesar de acreditar que tal redução no crescimento econômico não deverá acontecer. No entanto, a crise financeira internacional – classificada como “crise de confiança” - deverá perdurar por mais dois anos, relatou Mantega.

Tal situação também acontece por conta de fatores políticos, como o ocorrido nos EUA no início deste mês, quando a aprovação do limite do teto da dívida pública resultou em impasse entre republicanos e democratas, sendo que apenas no "último insante" tal questão foi resolvida. "Do ponto de vista político, estamos mais maduros do que os Estados Unidos", afirmou.

Neste contexto, o ministro pediu aos senadores que evitem criar novos gastos para este e para o próximo ano, ao passo que o processo de consolidação fiscal não significa interromper os investimentos, disse, mas sim permitir que estes ocorram em um ambiente de queda nas taxas de juros e inflação controlada.

Fonte: InfoMoney