EUA caminham para ratificar acordo, mas investidores seguem aflitos por rating

SÃO PAULO - Caso não haja nenhuma surpresa, o senado norte-americano deve ratificar nesta terça-feira (2) a elevação do limite legal de endividamento para o país, e assim, afastar o risco de default.

Contudo, a medida já parece estar precificada pelo mercado, e o que realmente pesa no momento é como as agências de rating irão reagir à reforma fiscal que o país irá implantar. A expectativa reflete diretamente sobre os principais índices de ações nesta manhã, com a maioria das bolsas europeias recuando e o pré-market em Wall Street sinalizando abertura em queda.

Corte de rating
Nos dias que antecederam o fim do impasse republicanos e democratas, agências como a Standard & Poor's reiteraram inúmeras vezes que não iriam hesitar em cortar o histórico rating AAA dos EUA caso notassem a deterioração da situação fiscal do país, mesmo que o risco de default fosse afastado.

Como resultado, pode haver uma quebra de paradigma no mercado financeiro uma vez que as treasuries (títulos do tesouro norte-americano) servem como referência de risco zero para investidores de todo o planeta. Dessa forma, é natural que os mercados de ações sigam pressionados até que as agências rating definam sua posição sobre as reformas fiscais recém aprovadas.

Outras decepções
Para atrapalhar, a decepção recorrente com indicadores econômicos dos próprios EUA e com resultados trimestrais corporativos, especialmente de bancos, na fragilizada Europa dificultam ainda mais a vida dos investidores.

"O início de agosto trouxe muita volatilidade aos mercados acionários mundiais. Na verdade, a mínima sinalização de desacordo nos pontos do teto do endividamento americano e a fraqueza do setor financeiro europeu foram os estopins da reversão de tendência observada nas bolsas nos EUA e Europa", resume o analista, Marco Melo.

Dessa forma, a agenda do mercado internacional deve seguir pautada nesta sessão pela ansiedade ao redor de manifestações das principais agências de rating sobre a situação norte-americana, tornando as bolsas de valores ainda mais sensíveis a eventuais decepções com indicadores econômicos do país.

Fonte: InfoMoney