Dados ruins de EUA e Europa reforçam temores de recessão, diz Barclays

Em relatório sobre a situação econômica global, o Barclays Capital demonstrou bastante preocupação com o crescimento econômico do planeta, sobretudo por conta dos recentes dados econômicos vistos na Zona do Euro e nos Estados Unidos, o que tem aumentado as chances de desencadear uma recessão mundial.


Segundo relatório do banco, muitos fatores têm sido apontados como responsáveis pelo aumento da insegurança acerca da economia mundial, dentre eles a recompra de títulos da dívida pública de países periféricos da Zona do Euro pelo BCE (Banco Central Europeu), as crises fiscais nos EUA e na Europa e o corte do rating norte-americano pela Standard & Poor’s feito no começo do mês.


Papel preponderante do BCE
O enfraquecimento econômico na Zona do Euro e as perspectivas de uma queda ainda maior no restante do ano, por conta do arrefecimento da atividade industrial na região e da Alemanha - principal economia europeia -, ainda não dão claros sinais de recessão, mas o aumento dos riscos preocupa os analistas.

Para o Barclays, a retomada das compras de títulos da dívida da Itália, Espanha, Portugal e Irlanda pelo BCE, a fim de assegurar estabilidade dos preços e solvência fiscal, tem alcançado até agora seus objetivos em meio às preocupações com o crescimento global e aversão ao risco, que levaram a rendimentos mais baixo dos títulos.

Desta forma, a equipe analistas chefiada por Piero Ghezzi acredita que essa intervenção do BCE seja fundamental conter o sentimento de risco na Zona do Euro e oferecer suporte ao mercado, com a condição de realizarem reformas econômicas, se juntando ao EFSF (Fundo Europeu para Estabilidade Financeira), efetivamente reduzindo os custos de financiamento de crédito na região.

Maior confiança nos EUA mantém yields baixos
Os analistas da instituição financeira acreditam que a situação dos EUA seja diferente da Zona do Euro. “Os programas de compra de ativos do Fed foram motivados pelo desejo de restaurar a funcionalidade do mercado e apoiar a economia, ancorando os rendimentos em níveis baixos”, avalia a equipe liderada por Ghezzi.

O Tesouro dos EUA e o dólar até agora superaram qualquer preopcupação com a sustentabilidade da política fiscal do país, o que contribuiu para rendimentos mais baixos, com as expectativas de inflação continuando bem ancoradas, segundo o Barclays.

Além disso, os indicadores econômicos mais recentes, que embora não muito positivos também não apontam para uma iminente desaceleração mais acentuada da atividade do país, fazem com que os analistas do Barclays descartem a possibilidade de que um novo programa de compra de mais ativos pelo Fed seja anunciado em breve. Tal projeção foi confirmada, por ora, pelo discurso do presidente do banco central dos EUA, Ben Bernanke, na conferência de Jackson Hole, na última sexta-feira (26).

Fonte: InfoMoney