Resultado da Redecard agrada analistas, lembrando do ganho de market share

Os resultados corporativos referentes ao segundo trimestre de 2011 da Redecard (RDCD3) agradaram os analistas de Planner, Link Investimentos e BB Investimentos, que viram nos ganhos de market share e na variação positiva da taxa de desconto como pontos positivos no balanço demonstrado pela operadora de cartões.
Contudo, Leonardo Zanfelicio e Karina Freitas, analistas da Concórdia, não partilharam da mesma opinião. "O resultado apresentado pela Redecard neste trimestre foi fraco em nossa avaliação", afirmaram, lembrando que as operações de antecipação de recebíveis vieram abaixo do que esperavam.

Além disso, a alta das ações durante 2011 limitam os ganhos com esses papéis, na visão dos analistas, o que fizeram com que eles cortassem a recomendação de comprar para manter, com preço-alvo de R$ 26,99 estimado para as ações - um upside teórico de 2,82% frente ao fechamento de quinta-feira (28).

Ganho de market share agradou...
Dentre aqueles que avaliaram positivamente os números da Redecard, destaque para o ganho de market share, lembrado por Mariana Taddeo, da Link Investimentos. "O forte avanço nos volumes financeiros, tanto de crédito quanto de débito, nos leva a acreditar que a empresa vem ganhando market share".

Por sua vez, Letícia Campos e Priscila Francisco, analistas da BB Investimentos, lembram que essa evolução, de 30,7% para crédito e 38,6% em débito, superou a de sua principal rivar, a Cielo (CIEL3), que em seu balanço trimestral mostrou ganhos de apenas 20,4% e 22,7%, respectivamente.

Esses números colaboram para o viés positivo de Francisco Kops, analista da Planner Corretora. "Em comparação com a principal concorrente, o resultado da Redecard veio bem melhor. Esperamos uma reação positiva nos próximos pregões". O ganho de market share é elogiado até por Zanfelicio e Karina, mas que lembram que nos resultados houve uma sinalização "de que a companhia não devera ser mais tão agressiva como ocorreu nos últimos quatro trimestres".

...assim como maiores taxas de desconto
Os analistas se referem à elevação nas taxas de desconto líquida nas operações, demonstrando um menor interesse da companhia em fazer com que seu volume aumente. Contudo, Kops vê isso como um fator positivo. "Não esperávamos o aumento na taxa de desconto média, que vinha caindo desde o fim da exclusividade no ano passado", afirmou.

Para Letícia e Priscila, isso é resultado de bons resultados nas negociações com grandes varejistas. Contudo, Mariana ainda não sabe se essa elevação se sustentará nos próximos trimestres ou não. A analista também lembrou que o aluguel dos POS (points of sale, as famosas maquininhas) também mostrou alta, para R$ 50,88. Kops também não esperava esse aumento e afirma estar revisando seu modelo para a companhia, com um viés positiva para o curto e médio prazo.

Já Letícia e Priscila mantiveram sua recomendação de market perform (performance em linha com o mercado) das ações da operadora de cartões, projetando um preço-alvo de R$ 26,80 - potencial de valorização teórico de 2,10% frente ao último fechamento. 

Fonte: InfoMoney