Dólar não recupera e encerra em queda de 1,12%; no mês a moeda perde 0,74%.

O dólar comercial fechou em forte queda nesta sexta-feira, após se manter em alta por dois dias consecutivos. No interbancário, a divisa encerrou cotada a R$ 1,550 na compra e R$ 1,551 na venda, baixa de 1,12%. Na semana, a divisa acumula queda de 0,25% e no mês, 0,74%.
No mercado futuro, o contrato para agosto negociado na BM&F operava em queda de 0,76% a R$ 1,557.

Segundo o operador de câmbio da NGO Corretora, Sidney Nehme, o cenário do mercado financeiro global mantém o ambiente fortemente incerto e com movimentos contraditórios, num desordenamento profundo e com riscos para todos os ativos, o que explica o comportamento do câmbio no dia de hoje.

Para Nehme, a Europa, que havia imaginado ter arrefecido as pressões sob os países periféricos com relevantes problemas de desequilíbrio fiscal a partir de um questionável arranjo do endividamento da Grécia, e, "salvo" o Euro dos questionamentos em torno de sua resistência ao quadro de deterioração, retoma a convivência com as incertezas antecedentes, com as agências de rating até entendendo que o risco grego aumentou, e, generalizando-se, outra vez, o risco de contágio para as demais economias do bloco.

"Hoje a agência Moody´s colocou em revisão a nota da Espanha, para possível rebaixamento, e há pouca possibilidade de evitar que Portugal e Irlanda não sejam recorrentes a maior ajuda", argumenta.

"Nos Estados Unidos, o impasse presente no Congresso parece não encontrar uma saída. A Câmara iria votar proposta republicana, maioria, na noite de ontem, mas a votação foi retirada por falta de consenso, embora, fosse tida como certa a recusa pelo Senado, onde os democratas tem maioria, e por ultimo, era sabido que na forma posta sofreria veto do próprio Presidente Obama", completa.

A formação de PTax também é vista por Nehme como um indicativo procurando impor apreciação ao real.

Para o especialista o preço da moeda norte-americana deve se situar no patamar de R$ 1,60.

Na agenda norte-americana, a confiança do consumidor norte-americano caiu entre junho e julho. A leitura revisada do índice, medido pela Universidade de Michigan, desceu para 63,7 este mês, após leitura preliminar de 63,8.

O resultado é inferior ao esperado pelo mercado, de 64,0 (previsão Gradual Investimentos).

O Produto Interno Bruto (PIB) nos Estados Unidos avançou 1,3% no segundo trimestre do ano, de acordo com leitura final divulgada nesta manhã pelo Departamento do Comércio norte-americano.

A revisão ficou abaixo da leitura realizada no primeiro trimestre de 2011, que indicava alta de 1,9% do PIB e, também, menor do que era esperado pelos analistas, de 1,7%.

Por aqui, o Banco Central realizou dois leilões para compra de dólares no mercado à vista. O primeiro próximo às 12h, a moeda foi arrematada por R$ 1,5550. Perto do do fechamento, a divisa foi cotada a R$ 1.5539

Fonte: Último Instante