Respondendo às medidas do Governo, dólar segue em forte alta

SÃO PAULO – Respondendo  às medidas cambiais anunciadas pelo Governo nesta quarta-feira (27), o dólar segue sua trajetória de alta e sai cotado a R$ 1,5660, valorização de 1,82%.

Segundo os especialistas da Rosenberg Consultores Assiciados, as medidas visam principalmente o mercado futuro (derivativos), que tem maior influência sobre a cotação à vista do dólar.

Após o anúncio das medidas, o dólar a vista chegou a subir 1,89% e o futuro com vencimento em outubro de 2011 valorizou 2,38%. No curto e médio prazos, segundo analistas, as medidas devem surtir efeito no sentido de depreciar ou evitar maior apreciação do real.

“Como a desvalorização do dólar é um fenômeno global, a atuação através de medidas têm um efeito não desprezível, mas limitado. No longo prazo, a tendência de apreciação do real não deve se inverter, a menos de um movimento prolongado e mais intenso de aversão ao risco no mercado internacional”, aponta a Rosenberg.

EUA ainda segue no foco
Em relação aos norte-americanos, o impasse do teto da dívida publica do país continua, e pressiona os mercados globais. Congressistas democratas e republicanos acreditam que o aumento do limite de endividamento do país precisa ser ampliado para permitir a rolagem da dívida, entretanto, discordam quanto à reestruturação fiscal do país, que viria junto no pacote.

Medidas
Nesta manhã, em coletiva de imprensa para explicar as medidas cambiais, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, reforçou que a postura do governo ataca a excessiva alavancagem de fundos de hedge, um dos principais motivos da crise financeira de 2008. Ele, inclusive, adiantou que, caso seja necessário, poderá elevar ainda mais a alíquota, já que a medida abre espaço para um teto de 25 por cento.
Ainda de acordo com Mantega, a medida é "apenas um aperfeiçoamento" de medidas anteriores, e um dos objetivos é tapar uma brecha deixada pela determinação de abril, na qual o governo ampliou a 720 dias as operações sujeitas à cobrança do IOF.

BC faz Swap Reverso e compra
O Banco Central (BC) vendeu 38% dos contratos que ofertou em leilão de swap cambial reverso. A operação equivale a uma compra de dólares no mercado futuro. A autoridade monetária vendeu 10 mil dos 26 mil swaps ofertados, em operação que movimentou US$ 499,2 milhões.

O Banco Central (BC) também realizou um leilão para compra de dólares no mercado à vista nesta quarta-feira. Segundo o comunicado do Departamento de Operações de Reservas Internacionais (Depin), a operação aconteceu entre 11h07 e 11h12. A taxa aceita ficou em R$ 1,566.

Ptax
A Ptax, a taxa de câmbio média ponderada entre as cotações do dólar e o volume de operações ao longo do dia, encerrou a quarta-feira a R$ 1,5639, alta de 1,92% sobre a cotação de terça-feira, que foi de R$ 1,5345.

Indicadores
Na cena doméstica a manhã foi agitada e tivemos a Nota de Política Monetária de junho do Banco Central, IPC-Fipe, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e o Fluxo Cambial.

No cenário externo foi reportada a avaliação do volume de pedidos e entregas de bens duráveis, o Durable Good Orders, e o relatório de estoques de petróleo nos EUA, organizado pela EIA (Energy Information Administration).

Para fechar o dia, aguardamos a divulgação pelo Federal Reserve (banco central norte-americano) do Livro Bege, relatório sobre a atualidade econômica norte-americana, um compilado de informações dos bancos centrais regionais.

Fonte: InfoMoney