FECHAMENTO: Pacote grego e balanços corporativos elevam mercados globais; Dólar cai
O anúncio de um novo pacote de socorro à Grécia e os balanços corporativos norte-americanos mais uma vez deram o tom para os mercados globais, que encerraram a jornada desta sexta-feira em leve alta, refletindo a desconfiança com a aprovação do acordo para elevar o teto da dívida norte-americana.
Em mais um capítulo do impasse que já dura semanas, o Senado dos Estados Unidos rejeitou por 51 votos a 46 o projeto republicano de lei conhecido como "Cortar, controlar, limitar", que propunha cortes radicais nas despesas públicas e uma emenda constitucional para impor orçamentos equilibrados como condições para elevar o teto do endividamento do país.
A proposta, apoiada pelos setores mais radicais do movimento conservador Tea Party, era uma demonstração de força do partido republicano na Câmara de Representantes, onde recebeu sinal verde na última terça-feira, já para ser aprovada precisava passar pelo Senado, que conta com maioria democrata.
Nesta sexta, durante encontro com estudantes de uma universidade em Maryland, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que busca uma abordagem equilibrada para controlar o déficit do país.
O presidente afirmou também estar comprometido a aprovar um pacote de redução do déficit que inclua o aumento de impostos pois, segundo ele, não seria possível uma solução para o problema da dívida norte-americana sem essa medida.
"Se não recebermos qualquer receita para fechar essa lacuna [do déficit], então muitas pessoas sairão prejudicadas, e isso não é justo", afirmou.
No campo das matérias-primas, o preço do barril do Brent para entrega em setembro ganhou 0,98%, cotado a US$ 118,67 na Bolsa Intercontinental de Futuros de Londres (ICE Futures). Os contratos de futuros do Petróleo Intermediários do Texas (WTI leve) com vencimento em junho fecharam com valorização de 0,75%, cotados a US$ 99,87 por barril, por conta de indicadores econômicos abaixo do estimado nos Estados Unidos.
No mercado asiático, as principais bolsas encerraram o pregão desta sexta-feira em alta, refletindo o otimismo dos investidores com a aprovação do novo plano de socorro à Grécia. A medida diminuiu o receio dos mercados de que a crise fiscal poderia se espalhar para outros países da zona do euro.
Ao final desta jornada, em Taiwan, o referencial TSEC Weighted Index teve valorização de 0,55% aos 8.765 pontos; na Coreia do Sul, o referencial KOSPI Composite, da bolsa de Seul, ganhou 1,22% aos 2.171 pontos; na China, o índice SSE Composite, da bolsa de Xangai, valorizou 0,18% aos 2.770 pontos; na Índia, o índice BSE Sensex, da bolsa de Bombai, fechou em alta de 1,55% aos 18.722 pontos; no Japão, o referencial Nikkei 225 da bolsa de Tóquio avançou 1,22% aos 10.132 pontos; e em Hong Kong, o principal indicador, o Hang Seng, encerrou esta jornada em alta de 2,08%, aos 22.444 pontos.
Na agenda local não houve a divulgação de indicadores econômicos.
No Velho Continente, os mercados encerraram o pregão desta sexta-feira em alta, refletindo a aprovação do novo pacote em socorro à Grécia e o bom desempenho financeiro apresentado por algumas companhias entre a noite de ontem e a manhã de hoje.
Ao final desta jornada, em Londres, o índice FTSE-100 avançou 0,60% aos 5.935 pontos; em Frankfurt, o índice DAX 30 subiu 0,50%, aos 7.326 pontos; em Paris, o índice CAC-40 avançou 0,68%, aos 3.842 pontos; Em Madri, o índice Ibex 35 teve alta de 0,42%, aos 10.059 pontos e em Milão, o índice FTSE-MIB desvalorizou 0,15%, aos 19.461 pontos.
Na agenda local, o indicador de clima de negócios na Alemanha, medido pelo Ifo Institute piorou em julho. De acordo com o estudo divulgado nesta sexta-feira, o índice recuou de 114,5 pontos em junho para 112,9 pontos em julho. O resultado é inferior às expectativas de mercado, que aguardavam 113,6 pontos (previsão Gradual Investimentos).
As novas encomendas à indústria na zona do euro subiram 3,6% em maio em comparação com o mês anterior, quando houve queda de 0,7% (dado revisado). As informações são do Escritório Estatístico da União Europeia, o Eurostat.
O número veio melhor do que as estimativas que apontavam aumento de 0,8% (previsão Gradual Investimentos). No confronto com o mesmo período de 2010, o índice subiu 15,5%.
Já o déficit em conta corrente da União Europeia foi de € 38,8 bilhões no primeiro trimestre, comparado com um déficit de € 27,7 bilhões no trimestre anterior. Os dados são do Escritório Estatístico da União Europeia, o Eurostat.
No primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2010, houve um aumento no déficit na conta de bens (€ -46,5 bilhões ante € 32,6 bilhões) e nas transferências em contas correntes (€ -19,2 bilhões em relação a € -16,6 bilhões).
Ainda na Europa, após reunião extraordinária da cúpula de chefes de Estado e Governo da zona do euro foi aprovado um segundo pacote de ajuda financeira à Grécia, no valor de € 159 bilhões.
Deste montante, 109 bilhões de financiamento oficial (eurozona e FMI) e 50 bilhões de euros de participação privada.
Em Wall Street, o índice industrial Dow Jones caiu 0,35% aos 12.679 pontos. O S&P 500 avançou 0,09% para 1.345 pontos; e a bolsa eletrônica Nasdaq ganhou 0,86% aos 2.858 pontos.
Na agenda local, não houve divulgação de indicadores econômicos.
Por aqui, Em um pregão marcado pela volatilidade, e após operar no campo negativo por algumas horas desta tarde, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o pregão desta sexta-feira com ganho moderado de 0,01% aos 60.270 pontos, defendendo a terceira alta consecutiva. O giro financeiro foi de R$ 4,79 bilhões.
No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou os negócios desta sexta-feira em baixa pelo quinto dia. No interbancário, a divisa terminou cotada a R$ 1,551 na compra e R$ 1,553 na venda, queda de 0,05%. Na semana, a divisa acumula queda de 1,39%.
Ao final dos negócios, o Banco Central (BC) voltou a interferir no mercado, realizando dois leilões no mercado à vista. No primeiro, perto das 12h, a moeda foi arrematada por R$ 1,5524. Perto do fechamento, a taxa de corte foi de R$ 1,5525.
Na renda fixa, os Contratos de Depósito Interfinanceiros (DIs) encerraram as operações desta sexta-feira sem direção única na BM&F. O que se via era alta na ponta mais curta e um recuo na ponta mais longa da curva dos juros.
Perto do fechamento, os contratos para agosto de 2011 e 2012 subiam 0,01 p.p, a 12,41% e 12,48%, respectivamente; os contratos com vencimento para janeiro de 2013 operavam estáveis, a 12,67%; os de janeiro de 2014 recuavam 0,01 p.p a 12,72%; os vencimentos para janeiro de 2017 e 2021 cediam 0,03 p.p a 12,49% e 12,31%, nessa ordem.
Por aqui não houve a divulgação de indicadores econômicos relevantes.
Fonte: Último instante
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