Dólar sobe pelo 2º dia seguido, com as novas medidas do BC ainda em foco

Em alta pela segunda seguida, o dólar comercial fechou esta quinta-feira (28) cotado na venda a R$ 1,566, variação positiva de 0,57%, com os investidores ainda digerindo as novas medidas cambiais anunciadas pelo governo brasileiro. O desenrolar do debate sobre o teto da dívida, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) e as costumeiras intervenções do BaCen também ficaram em foco.

O dólar Ptax, que referencia os contratos futuros na BM&F Bovespa, fechou cotado a R$ 1,5651 na venda, alta de 0,08% frente ao último fechamento.

Front doméstico
Nesta sessão, o Banco Central realizou apenas um leilão de compra de dólares no mercado cambial à vista. A operação ocorreu entre às 12h09 (horário de Brasília) e às 12h14 e teve uma taxa de corte aceita em R$ 1,566.

Além disso, repercutem ainda as novas medidas do governo para tentar conter apreciação do dólar anunciadas na véspera. Nessa quinta, o Ministério da Fazenda informou que sistemática de recolhimento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para operações no mercado de derivativos será feita apenas a partir de 5 de outubro.

As novas medidas deram um novo fôlego para a moeda norte-americana, que já se apreciaram em 1,82% nas duas sessões pós-anúncio.

Além disso, o mercado também viu a divulgação da Ata do Copom (Comitê de Política Monetária), sinalizando que o processo de aperto monetário, ou seja, de elevação de juros, possa entrar em um processo de pausa.

Estados Unidos
O dólar também refletiu o impasse político nos EUA acerca da elevação do teto da dívida, que se não for aumentada levará o país a sofrer o primeiro default de sua história. O líder da câmara dos deputados, John Boehner, apresentou na véspera um plano para cortar US$ 900 bilhões do orçamento da nação, com a elevação paliativa do teto para que o país consiga honrar seus compromissos. Essa proposta irá a votação no parlamento local nessa quinta-feira.

Ainda na principal economia do mundo, a agenda econômica trouxe o Initial Claims, número de pedidos de auxílio-desemprego, registrando um total de 398 mil novos pedidos na semana encerrada em 23 de julho, resultado pior que o esperado. Por outro lado, o Pending Home Sales mostrou que as vendas de casas existentes no país com contrato assinado, mas ainda sem transação efetiva, vieram muito melhor do que o esperado em junho.

Dólar comercial e futuro
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,5648 na compra e R$ 1,5663 na venda, alta de 0,60% em relação ao fechamento anterior. Com esta alta, o dólar acumula valorização de 0,28% em julho, frente à baixa de 1,14% registrada no mês passado. No ano a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 6,00%.

Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em agosto segue o dia cotado a R$ 1,571, alta de 0,67% em relação ao fechamento de R$ 1.561 da última quarta-feira. O contrato com vencimento em setembro, por sua vez, opera em alta de 0,73%, atingindo R$ 1,585 frente à R$ 1,573 do fechamento de ontem.

O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,5650000.

FRA de cupom cambial
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 2,43 para outubro de 2011, 1,67 ponto percentual abaixo do que foi registrado na sessão anterior.

Fonte: InfoMoney