Bolsas iniciam dia instáveis à espera de definição de líderes na Europa

SÃO PAULO - "Nosso foco agora é o resultado da importante reunião de cúpula da Zona do Euro". É partir dessa premissa que o analista Frank Øland Hansen, do Danske Bank, parte para calibrar sua expectativa para o clima no mercado internacional nesta quinta-feira (21), quando os principais líderes do velho mundo estarão reunidos em Bruxelas para buscar uma saída concreta para a crise fiscal na região, especialmente na Grécia.

Apesar deste não ser o primeiro encontro de líderes locais com este propósito e, de fato, alguns já olharem com certo ceticismo para a possibilidade de sucesso da reunião, ainda paira no mercado grande expectativa sobre o surgimento de uma luz no fim do túnel que possa acenar como será daqui para frente a dinâmica fiscal na região e os eventuais resgates econômicos e reestruturações de dívidas públicas.

Enquanto a reunião não se encerra e maiores definições não surgem no horizonte, as principais bolsas europeias e o pré-market em Wall Street caminham instáveis, com índices oscilando com timidez entre as bandas positivas e negativas de seus respectivos gráficos.

Caldeirão de influências

A indefinição de trajetória se dá em função da diversidade de influências para o dia, que vão desde a o encontro de líderes já citado até uma movimentada agenda de divulgação de resultados corporativos nos EUA, passando ainda por indicadores de peso em ambos os mercados.

Como destaque, cabe citar a divulgação do desempenho trimestral de Morgan Stanley, PepsiCo, Philip Morris, Nokia e Ericsson, enquanto no campo dos indicadores, números do mercado de trabalho norte-americano, com o Initial Claims às 9h30 de Brasília, ficam em evidência.

Além de tudo isso, "nos EUA, permanecem as incertezas acerca do acordo entre deputados e senadores para aumento do teto da dívida pública do país", lembra uma equipe de analistas.

Mesmo com a percepção de melhora sobre a situação na última quarta-feira, quando congressistas republicanos e democratas sinalizaram a possibilidade de acordo, a demora em definir e a aproximação com 2 de agosto, data limite para evitar o default, segue embutindo dose adicional de nervosismo ao mercado a cada dia.

Brasil
Por aqui, espera-se que a bolsa brasileira importe toda a agenda complexa do front externo para balizar seu desempenho ao longo do dia, sem esquecer entretanto de influências locais como a decisão do Copom de elevar a taxa Selic para 12,5% ao ano (+0,25 p.p.) na última noite, que embora dentro do esperado, ainda deve surtir alguns reflexos.

Fonte: InfoMoney