Pessimismo externo contagia e Ibovespa futuro recua

Se indicadores ruins dos Estados Unidos já levantavam suspeitas sobre o ritmo da recuperação econômica mundial, a fala de Ben Bernanke na terça-feira (7/6) veio para confirmar.
Como reflexo do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, os índices futuros de Wall Street e as bolsas da Europa traçam uma trajetória negativa.

Ao mesmo tempo em que reconheceu a desaceleração na economia americana, Bernanke não mencionou qualquer novo esforço do Fed para estímulos monetários.

O programa de compra de títulos do governo de US$ 600 bilhões termina ao final deste mês.

A cautela dos investidores deve prosseguiu ainda no pregão desta quarta-feira (8/6), considerando a divulgação do Livro Bege, relatório sobre o desempenho atual da economia do país.

Por sua vez, dados econômicos acentuam o tom pessimista na Europa. Após três meses consecutivos de avanço, a produção industrial na Alemanha recuou 0,6% em abril, ante o mês anterior.

Em Frankfurt, o índice DAX recuava 1,32%, para 7.009,43 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdia 1,07%, a 3.830,31 pontos. E o índice Financial Times caía 1,04%, a 5.803,71 pontos.

Ainda por lá, a segunda estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro confirmou o crescimento de 0,8% no primeiro trimestre de 2011, frente ao trimestre anterior.

Na média dos 27 países da União Europeia (UE), o crescimento também foi de 0,8%.

Por aqui, às 9h19 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro recuava 0,48%, para 62.950 pontos. Na terça-feira, o índice paulista subiu 0,24%, aos 63.217 pontos.

Além do cenário externo, os agentes de mercado vão monitorar a posse da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) que substituirá Antonio Palocci na Casa Civil.

Com as apostas já lançadas, o Comitê de Política Monetária (Copom) decide nesta noite o rumo da Selic, atualmente fixada em 12% ao ano.

Os analistas acreditam em nova alta da taxa básica de juros, prevalecendo o aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.)

Câmbio

Nos primeiros negócios do dia, o dólar operava em alta de 0,4%, cotado a R$ 1,5856 na venda.

Na véspera, a moeda americana registrou baixa de 0,32%, negociado a R$ 1,578 na venda, anulando parte da alta de 0,44% da segunda-feira (6/6).

Indicadores econômicos

No embalo dos demais indicadores de inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) mostrou desaceleração na primeira semana de junho, ao marcar alta de 0,36%, cifra menor que a taxa de 0,51% apurada na última medição.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), trata-se da terceira semana consecutiva de queda na taxa de variação do índice, que já avança no ritmo mais baixo desde setembro de 2010.

Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que nove dos 14 estados pesquisados tiveram queda da produção industrial em abril, com Ceará (-6,9%), Goiás (-5,1%), São Paulo (-3,8%) e Santa Catarina (-2,6%) registrando as quedas mais acentuadas .

A atividade industrial nacional teve recuo de 2,1%em abril.

Fonte: Brasil Econômico