LCA vê Ibovespa a 67.750 pontos no fim de 2011 e 88.400 pontos em 2012


SÃO PAULO - O Ibovespa encontra-se atualmente abaixo do seu valor justo e deverá terminar este ano com desvalorização de 4%, no patamar de 67.750 pontos, enquanto em 2012, com um cenário econômico mais favorável, o principal índice de ações da bolsa paulista teria uma expressiva recuperação, terminando o ano em 88.400 pontos.
Essas são as conclusões da equipe de consultores da LCA, que projetou o desempenho do índice de ações a partir de um modelo que leva em conta fatores econômicos, tais como juro real, risco, o índice de commodities CRB, PIB (Produto Interno Bruto) e defasagens do Ibovespa.

Desempenho atual
Os consultores destacam a aderência do modelo ao desempenho do índice ao longo dos últimos anos, mas chamam a atenção para o fato de que “desde o quarto trimestre do ano passado, o desempenho do Ibovespa tem ficado abaixo do previsto pelo modelo”. Foi justamente neste período que começou o descolamento entre o mercado doméstico e os mercados internacionais.
Assim, de acordo com o modelo, os consultores afirmam que “o ‘valor justo’ para o Ibovespa em maio seria de 66.300”. Desta forma, a equipe da LCA conclui que, levando-se em conta os atuais fundamentos macroeconômicos, “o Ibovespa está relativamente ‘barato’”.
Desempenho no futuro
Já para o próximo ano, a expectativa é de um desempenho mais positivo do índice, em meio a um ambiente econômico com quedas da taxa Selic e a redução na percepção de risco no cenário internacional. Segundo os consultores, esses fatores “tenderiam a proporcionar recuperação vigorosa, com o Ibovespa terminando o ano em 88.400 pontos”.
Entretanto, a equipe da LCA alerta que, a despeito do cenário positivo, o modelo falhou na ponta, no descolamento do mercado brasileiro em relação ao internacional. “Isto pode indicar uma duradoura mudança, para pior, da percepção dos investidores em relação ao Brasil”, indica.
Fatores do cenário
O atual período difícil pelo qual o Ibovespa passa tem uma combinação de fatores externos e internos. No âmbito externo, os consultores citam a incerteza, a proximidade da mudança na política monetária dos EUA, a crise fiscal no continente europeu e a alta volatilidade nos preços das commodities.
Já no Brasil, o destaque fica por conta do combate a inflação através de uma política que o mercado ainda não teria aceitado muito bom, com pequeno incrementos na taxa básica de juro e com o uso de medidas macroprudenciais, “menos conhecidas, com incerteza elevada sobre o timing e a intensidade dos efeitos sobre a atividade econômica”.
Assim, a avaliação é de que “o entusiasmo em relação ao Brasil pelos investidores estrangeiros tem diminuído”. O quadro fica ainda pior por conta das questões sobre o relacionamento do Governo e algumas blue chips do nosso mercado - como no caso da Vale (VALE3, VALE5) - e, em meio a esses fatores, o índice de ações da bolsa da paulista teve desempenho inferior ao de bolsas no resto mundo recentemente.
Fonte: InfoMoney