A Bovespa, o dólar e os mercados mundiais nesta quinta-feira
RIO e SÃO PAULO - Apesar do decepcionante PIB dos EUA e de indicadores frustrantes de emprego no país americano, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se mantém no terreno positivo e acelera ganhos. Por volta das 16h30m (horário de Brasília), o Ibovespa, índice de referência do mercado brasileiro, subia 0,73%, aos 63.853 pontos, com giro financeiro de R$ 5,60 bilhões. No câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,73%, a R$ 1,617 na venda, acompanhando o movimento de desvalorização da moeda americana no mundo.
- A percepção de que os EUA devem ser o último país a subir juros impacta negativamente na moeda americana - disse um analista de câmbio.
O principal indicador do dia mostrou que a economia dos Estados Unidos teve crescimento a uma taxa anualizada de 1,8% entre janeiro e março deste ano , coincidindo com a taxa informada no mês passado, na primeira prévia, para o mesmo período. Os dados são do Departamento do Comércio do país e decepcionaram as expectativas dos analistas, que previam uma alta de 2,0%.
A outra má notícia veio do Departamento do Trabalho dos EUA, que mostrou que os novos pedidos de seguro-desemprego do país americano somaram 424 mil na semana terminada no dia 21 de maio, uma alta de 10 mil perante a marca de uma semana antes. Na média das quatro últimas semanas, contudo, houve queda de 1,750 mil solicitações, para 438,5 mil.
Apesar disso, os principais índices norte-americanos encerraram o pregão de hoje em alta. O Dow Jones subiu 0,07%, aos 12.403,36 pontos; o S&P 500 ganhou 0,40%, aos 1.325,79 pontos; e o Nasdaq Composto avançou 0,78%, aos 2.782,92 pontos. Os números estão sujeitos a ajustes.
OGX entre as maiores altas, mas no ano cai 25%
Entre os ativos de maior peso na carteira do Ibovespa, Petrobras ON subia 0,66% (a R$ 27,09); Petrobras PN se apreciava em 0,58%, a R$ 24,04. As ordinárias da Vale tinham alta de 0,81% (a R$ 49,68) e as preferenciais subiam 0,86%, a R$ 44,43.
Na avaliação do analista da corretora Socopa, Marcelo Varejão, a Bovespa registra nesta quinta uma correção natural, depois das quedas recentes.OGXP3 Petróleo tinham ganhos de 3,60%, a R$ 15,54, e figurava entre as maiores altas do Ibovespa.
- Estamos ainda muito voláteis, sem uma tendência muito clara. Alguns papéis ficaram mais atrativos aos investidores, e o fato de não termos tido notícias ruins da Europa ajudou a impulsionar o Ibovespa hoje.
Para o analista da Corretora Um Investimentos, Paulo Hegg, a alta da OGX mostra uma recuperação do papel, que tomba 25% no ano.
- O papel da OGX já apanhou bastante no ano e ainda deve percorrer um longo caminho para voltar ao que era antes. Hoje foi um dia vazio de balanços corporativos - disse Hegg.
Entre as maiores altas, destaque para as ações preferenciais da TIM (ganho de 3,31%, a R$ 7,81) e para as ordinárias da companhia (alta de 2,97%, a R$ 9,00). Analistas acreditam que, com a realização de lucros dos investidores da Oi - após a alta de mais de 13% registrada na terça - há uma migração para outros ativos do setor.
Na ponta oposta, as maiores quedas ficam com Natura ON (revés de 2,42%, a R$ 41,96); MRV Engenharia (-2,22%, a R$ 14,55) e Rossi Residencial (-2,04%, a R$ 13,42).
Maior parte das bolsas europeias no vermelho
A maior parte das bolsas europeias encerrou o pregão desta quinta-feira em território negativo, diante da sinalização de que o FMI poderá não liberar uma parcela do empréstimo à Grécia no próximo mês e também por conta de indicadores da economia americana.
Entre as principais bolsas da região, o índice FTSE 100 de Londres teve leve alta de 0,18%, aos 5.881 pontos; em Paris, o CAC 40 recuou 0,30%, para 3.917 pontos; e o DAX perdeu 0,79%, para 7.114 pontos.
As ações europeias firmaram-se em baixa depois que o primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, que lidera o grupo de ministros de Finanças da União Europeia, afirmou que o FMI poderá reter o empréstimo de 3,3 bilhões de euros para a Grécia, previsto para ser liberado no mês que vem, por falta de garantias para o refinanciamento da dívida grega.
O setor bancário voltou a liderar as perdas no dia. O italiano Unicredit recuou 2,8% e os gregos AlphaBank e Eurobank Ergasias caíram 5% e 3,4%, respectivamente.
Os investidores também avaliaram os indicadores da economia americana. As solicitações de seguro-desemprego tiveram um aumento inesperado na semana passada, com 10 mil pedidos.acima da semana anterior, atingindo 424 mil.
A economia dos Estados Unidos teve crescimento a uma taxa anualizada de 1,8% entre janeiro e março deste ano, coincidindo com a taxa informada no mês passado para o mesmo período. De outubro a dezembro de 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) americano registrou expansão de 3,1%.
Asiáticas em alta, estimuladas por valorização das commodities
A maioria das bolsas asiáticas fechou em alta esta jornada de quinta-feira, com os negócios estimulados pela valorização das commodities. A exceção foi com a praça acionária de Xangai, que terminou em queda.
As mineradoras puxaram as operações na bolsa de Sydney, onde o SP/ASX 200 registrou avanço de 1,65%, aos 4.660,23 pontos. Os papéis da Newcrest, BHP Billiton e Rio Tinto subiram 2,90%, 2,19% e 1,94%, respectivamente.
As ações da PetroChina ganharam 1,73% na bolsa de Hong Kong, liderando a alta do índice Hang Seng, que encerrou essa sessão com ganho de 0,67%, aos 22.900,79 pontos.
Em Tóquio, o destaque ficou por conta das ações da Canon, que saltaram 5,6% depois que a fabricante de equipamentos fotográficos anunciou plano de recompra de até 1,2% de suas ações, numa operação de até 50 bilhões de ienes (US$ 611 milhões). O índice Nikkei 225 subiu 1,48%, para 9.562,05 pontos.
Na bolsa de Seul, o índice Kospi ganhou fôlego e teve valorização de 2,75%, para 2.091,91 pontos, diante da expectativa dos investidores de resultados positivos para as companhias nos próximos meses. O Taiwan Taiex, da bolsa de Taipé, por sua vez, registrou elevação de 0,70%, aos 8.788,40 pontos.
Em Xangai, contudo, o Shanghai Composite ficou na contramão e declinou 0,19%, para 2.736,53 pontos. Alguns analistas consideraram que preocupa os agentes a possível desaceleração no ritmo de crescimento da economia.
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