Dólar avança 1% na maior alta dos últimos seis meses


Fuga de investidores e fim do período de remessa de dólares para dentro do país estão conduzindo onda de alta na moeda americana, que já acumula valorização de 2,04% na semana.
O dólar encerrou a quarta-feira (4/5) em alta de 1,01%, para R$ 1,603 na compra e R$ 1,605 na venda - maior patamar desde o dia 6 de abril (R$ 1,614). A valorização de 1,01% é a maior em seis meses, mais precisamente desde a sessão de 8 de novembro, quando a divisa subiu 1,13% frente ao real.
Entre janeiro e março deste ano, o Brasil esteve no alvo das remessas de dólares dos principais operadores de câmbio no mundo. Agora, no entanto, para Marcos Mendes, gerente de câmbio da B&T Associados, o mercado está começando a dar sinais de pausa nas atividades.
"Agora chegou o momento de administrar as remessas. Tivemos um forte fluxo de entradas no começo do ano, agora elas começaram a ficar mais escassas", avalia.
Nesse sentido, o mau humor generalizado do mercado — que derrubou as bolsas em todo o mundo — também andou afastando os investidores do Brasil. "Com a saída de investidores da bolsa, também ajuda na redução no volume de dólares no mercado", ressalta o gerente de câmbio. Por aqui, o Ibovespa encerra o dia com depreciação de 1,1%.
A desvalorização das commodities no dia também favoreceu a alta da moeda - como refúgio para investidores. O índice Jefferies TR, balizador do setor, aponta queda de 1,5%.
Expectativa
Mendes destaca que o mercado ainda está em estado de alerta diante possíveis novidades vindas de Brasília. "Muita coisa ainda está para acontecer, assim como ainda há muito dólar para entrar", avalia.
Por ora, a estabilidade do dólar frente às principais moedas mundiais faz com que seja praticamente impossível apontar quanto tempo deva durar a tendência de alta em curso.
"Os fluxos estão normais, não há nada nos chamando a atenção".
Fonte: Brasil Econômico