Na iminência de novas medidas cambiais, dólar sobe


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anuncia nesta quarta-feira (6/4) novas medidas no câmbio, às 18h30.
As informações são da assessoria de comunicação social do ministério, e não foram fornecidos mais detalhes sobre as medidas.
O dólar comercial, que operava em queda durante a manhã, inverteu a tendência após o anúncio, e tinha alta de 0,19%.
A moeda americana era cotada a R$ 1,610 na compra e R$ 1,612 para venda
O governo vêm agindo desde o ano passado na tentativa de conter a apreciação do real. No início de 2010, a moeda era cotada acima de R$ 1,74, e hoje oscila em torno de R$ 1,61.
Após os esforços do governo, economistas consultados pelo Brasil Econômico veem um menor leque de medidas à disposição do governo. 
Uma possibilidade especulada é a instituição de quarentena para a entrada de investimentos estrangeiros, ou seja, determinar um período de espera para que esses dólares ingressem no país.
Outra opção seria reduzir ainda mais o limite isento de compulsório para as posições vendidas dos bancos, hoje em US$ 3 bilhões por instituição ou o patrimônio de referência, o que for menor.
Ainda é considerada a possibilidade de elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também para investimentos de estrangeiros na bolsa de valores, hoje em 2%.
Por fim, alguns especulam que o governo possa tributar com Imposto de Renda as aplicações de estrangeiros, como é feito com os investimentos de residentes no país.
Histórico das medidas
Em setembro, o Ministério da Fazenda autorizou o Fundo Soberano a comprar dólares no mercado. Em outubro, o governo aumentou o IOF de 4% para 6% sobre as aplicações de estrangeiros em renda fixa, e de 0,38% para 6% o recolhimento de margens em aplicações no mercado futuro.
Em 6 de janeiro, o Banco Central (BC) instituiu recolhimento de depósito compulsório sobre a posição vendiada de câmbio dos bancos, que é, grosso modo, a dívida que os bancos têm em moeda estrangeira. Com a medida, a posição vendida dos bancos brasileiros caiu de US$ 11 bilhões em janeiro para US$ 8,8 bilhões em março, segundo dados do BC.
No mesmo mês, a autoridade monetária iniciou leilões de swap cambial reverso, operação que funciona como uma compra de dólares no mercado futuro, e também compras de dólares a termo.
Em 28 de março, o governo elevou a alíquota do IOF sobre as compras no exterior com cartão de crédito, de 2,38% para 6,38%, e no dia seguinte foi elevado para 6% o IOF sobre empréstimos de curto prazo captados no exterior.
Fonte: Brasil Econômico