Ibovespa acentua queda e se aproxima dos 67 mil pontos


SÃO PAULO - Apesar da alta do mercado acionário americano, o Ibovespa acentuou as perdas no pregão e já se aproxima da linha dos 67 mil pontos. Este terceiro dia seguido de baixa mostra uma pressão principalmente de ações ligadas a commodities e de construtoras.

Por volta das 13h10, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuava 1,28%, aos 68.451 pontos, com giro financeiro de R$ 2,57 bilhões.

Já em Wall Street, há pouco, os índices Dow Jones subia 0,11%, o S&P 500 avançava 0,15% e o Nasdaq tinha ganhos de 0,20%.

O analista de investimento da SLW Corretora Pedro Roberto Galdi assinala que o temor de um aumento de juros ela China é o fator primordial para a queda da Bolsa brasileira nesta jornada.

"De um lado, o mercado tem a perspectiva de que a economia americana irá melhorar em 2011 e está satisfeito com a aprovação do orçamento pela Irlanda, mas, de outro, há um medo da pressão inflacionária chinesa. O mercado está super volátil e deve permanecer assim até o fim da semana, diante da expectativa de que algo seja anunciado na China", comentou.

Sem indicadores nos Estados Unidos, a extensão de benefícios fiscais anunciada ontem pelo presidente Barack Obama segue no foco dos agentes. Na Europa, os legisladores irlandeses aprovaram os aumentos de impostos que fazem parte do orçamento mais rígido da história do país: um plano de cortes e cargas fiscais de 6 bilhões de euros (US$ 8 bilhões) necessários para receber a ajuda financeira internacional que o país precisa.

Na China, o Departamento de Estatísticas resolveu publicar os dados econômicos do país no 11º dia de cada mês, com exceção de dados trimestrais. Assim, a divulgação das informações sobre inflação, produção industrial, vendas no varejo e outros indicadores vai ocorrer no dia 11 de dezembro. No Brasil, as ações de maior peso sobre o Ibovespa acentuaram a trajetória negativa. Há pouco, os papéis PNA da Vale cediam 1,15%, a R$ 49,62, com giro de R$ 625,1 milhões, e as ações PN da Petrobras recuavam 0,71%, a R$ 25,15, com volume de R$ 191,8 milhões.

Na ponta vendedora, destaque para ações de construção, como MRV ON (-2,97%, a R$ 16,30), PDG ON (-3,14%, a R$ 9,87) e Rossi ON (-3,22%, a R$ 14,40). Além disso, os papéis ON da Brasil Ecodiesel cediam 4,50%, a R$ 1,06.

Está em pauta o acordo estabelecido entre a companhia e a Maeda Agroindustrial. A operação será realizada por meio de uma troca de ações, com a incorporação da Maeda pela Ecodiesel. Após a operação, os acionistas da Maeda terão o equivalente a 33% do capital da Ecodiesel.

Os acionistas da Maeda vão receber uma nova ação da Ecodiesel para cada 3,6395 ações ordinárias da companhia. Para concretizar a operação, a Ecodiesel fará um aumento de capital de R$ 320 milhões, com a emissão de 358,941 milhões de ações ordinárias.

O preço aproximado da emissão é de R$ 0,89 por ação, o que corresponde a um desconto de 19,8% em relação ao preço de fechamento do papel no mercado nesta terça-feira, de R$ 1,11. A transação ainda terá de ser submetida à aprovação dos acionistas da Ecodiesel.

Já as maiores altas do Ibovespa partiam das ações ON da B2W (0,91%, a R$ 34,30), OGX Petróleo (0,80%, a R$ 19,98) e Cosan ON (0,66%, a R$ 27,18).

Fluxo externo Ainda no mercado brasileiro, o fluxo estrangeiro na Bovespa está positivo em R$ 433,9 milhões no acumulado do mês, até o dia 6, resultado de compras no valor de R$ 8,209 bilhões e de vendas de R$ 7,775 bilhões. Apenas na segunda-feira passada, o estrangeiro colocou R$ 97,8 milhões no mercado. Apesar disso, o Ibovespa recuou 0,31% naquele dia, para 69.551 pontos.

No ano, o resultado da atuação do investidor internacional na bolsa brasileira está positivo em R$ 6,726 bilhões.

Fonte: Uol Economia