G.SACHS SOBE ALOCAÇÃO EM BRASIL E PREVÊ IBOVESPA EM 80 MIL PTS

São Paulo, 20 - O Goldman Sachs elevou sua alocação em Brasil, após avaliar que as perspectivas de alta da inflação e de menor crescimento econômico já foram suficientemente descontadas nos preços das ações, justificando agora uma maior exposição à renda variável doméstica. "Pode ser ainda muito cedo para esse call, dados os riscos ascendentes da inflação, mas a estes níveis (da Bovespa) qualquer piora adicional deve ser limitada", afirma o broker, em documento sobre estratégia de portfólio.

Segundo o documento, o Goldman Sachs mostra-se menos entusiasmado em relação ao Brasil,mas a recente fraqueza do mercado acionário deve ser vista como uma oportunidade. "É hora de aumentar a alocação nas ações brasileiras", afirma, acrescentando que começou a "esquentar" suas posições na Bovespa em termos absolutos no início de março ao mesmo tempo que vê poucos motivos para o Brasil, eventualmente, ter uma performance pior do que outros mercados emergentes. Com isso, o Goldman Sachs acredita que o Ibovespa tem um potencial de valorização de 21% até o fim do ano, alcançando a marca dos 80 mil pontos ao final do período. Até meados de 2011, o índice à vista deve chegar aos 71 mil pontos.

Ainda assim, o Goldman ressalta sua preferência pela Bolsa do México no curto prazo. "Nossa hesitação para elevar a recomendação nas ações brasileiras reflete a persistência da alta da inflação, a desaceleração da atividade econômica e as elevadas incertezas sobre o escopo da política monetária (mix de juros com medidas macroprudenciais) e a duração do ciclo de aperto." Segundo o Goldman, essas condições estão em vigor há algum tempo, mas os recentes progressos no âmbito macroeconômico deixam o broker em uma situação mais confortável, com longa exposição a ações brasileiras, principalmente após um desempenho fraco nos preços dos ativos.

Entre as preferências, o Goldman destaca que migrou a exposição em ações cíclicas, ligadas às commodities, e mostra maior disposição por setores domésticos sensíveis ao comportamento da taxa básica de juros. "Nós mantemos nossa recomendação overweitgh para bancos e reduzimos nossa alocação em papéis ligados à energia. Ainda, nós elevamos nossa recomendação para alocações nos setores de construção civil e ligados ao consumo, além das financeiras não bancárias", completa. 

FONTE: AE Broadcast