Dólares voltaram a entrar no país na última semana, informa BC
Após a saída de recursos da economia brasileira registrada no início de abril, o Banco Central informou nesta quarta-feira (20) que foi contabilizado o ingresso de US$ 619 milhões na economia brasileira na semana passada, entre os dias 11 e 15. Com isso, o movimento parcial de abril, até o dia 15, voltou a ficar positivo e somou US$ 605 milhões.
A média de ingresso de recursos de abril, entretanto, ficou em US$ 55 milhões por dia útil. Com isso, está bem abaixo do registrado nos três primeiros meses do ano. Em janeiro, ingressaram no país US$ 738 milhões por dia útil. Em fevereiro, a média diária de entrada de dólares no país totalizou US$ 370 milhões e, em março, somou US$ 602 milhões.
IOF maior para empréstimos no exterior
A moderação no ingresso de recursos no país começou a acontecer após o anúncio do aumento da alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos buscados no exterior pelas empresas e bancos com prazo médio mínimo de até um ano, para 6%.
Essa medida foi anunciada em 29 de março - com validade no mesmo dia. Até aquele momento, o IOF era de 5,38% para operações de até 90 dias e zero para contratações com prazo superior a três meses, segundo informações da Receita Federal. Em 6 de abril, o prazo para a cobrança da alíquota maior subiu para operações de até dois anos.
Cotação do dólar
A entrada de dólar do país coincide com nova queda na cotação da moeda. Na quarta-feira da semana passada, a moeda norte-americana estava cotada em R$ 1,58. Hoje, por volta das 12h40, o dólar operava em queda de 0,44%, cotado a R$ 1,56.
Dólar baixo, por sua vez, gera perda de competitividade das empresas brasileiras, uma vez que as importações ficam mais baratas e as vendas externas mais caras.
Alguns analistas especializados em câmbio, porém, avaliam que o principal problema, que pressiona para baixo o dólar neste momento, são as posições vendidas dos bancos no mercado de câmbio, e não o fluxo de dólares para o país. A solução seria o Banco Central reduzir ainda mais a possibilidade de as instituições financeiras ficarem vendidas neste mercado, o que fecharia um "canal" de pressão sobre a moeda norte-americana.
Quando a posição dos bancos no mercado de câmbio está vendida é porque houve mais fechamentos de câmbio para vendas, que podem ter várias finalidades, como importações, transferências para o exterior, ou para o turismo, entre outros. É um tipo de aposta na queda da cotação do dólar.
Fonte: G1 Economia
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