Ministra afirma que preço do barril do petróleo pode sair na segunda
A ministra Erenice Guerra (Casa Civil) afirmou, nesta quinta-feira, que o
preço do barril de petróleo a ser usado na cessão onerosa da União para
a Petrobras para a capitalização da estatal não sairá nesta semana,
podendo ser definido na próxima segunda-feira.
Fonte: Folha.com
"Se estiver maduro, sai na segunda", disse Erenice. Se não houver
consenso, levará o "tempo que for necessário", afirmou.
A ministra salientou que o preço ainda não está fechado e que qualquer
informação que for divulgada é "mera especulação".
Erenice Guerra esteve esta manhã na cerimônia de assinatura do decreto
de outorga e contrato de concessão para exploração do potencial
hidrelétrico da usina de Belo Monte, no rio Xingu, Pará.
PREÇO
O preço do barril para a cessão onerosa tem sido assunto de muitas
reuniões entre governo e Petrobras. Até ontem havia expectativa de
fechar o preço em torno de US$ 8. O número ainda não é definitivo, mas
um técnico chegou a afirmar que ele poderia ficar na casa dos US$ 8,30.
O valor oficial, contudo, não foi acertado, tanto que o governo ainda
não convocou o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), que irá
ratificar o acordo de cessão onerosa de 5 bilhões de barris de petróleo
da União para a estatal.
O presidente Lula aguarda o desfecho dessas reuniões para tomar uma
decisão final sobre a data da capitalização da empresa. Por enquanto, a
operação continua mantida para o dia 30 de setembro, apesar de
assessores presidenciais ainda admitirem a possibilidade de adiamento
por conta das eleições.
Lula, inclusive, chegou a comentar que tomará uma decisão política no
processo que definirá o preço do barril de petróleo que será utilizado
na capitalização da Petrobras. Em conversas reservadas, afirmou: "Estou
aqui para tomar a decisão política. Quando os técnicos se puserem de
acordo, tomarei a decisão política".
Além da questão de preço, o governo tem de fechar um acordo com a
Petrobras sobre o volume de petróleo nos reservatórios da União que
serão entregues à estatal como sua parte no aumento de capital. Os
laudos da ANP (Agência Nacional de Petróleo) e da Petrobras divergiram
não só no quesito preço mas também no tamanho das futuras reservas.
A princípio, o governo decidiu destinar o reservatório de Franco e áreas
vizinhas ao de Tupi para realizar a capitalização da empresa. Só que,
enquanto a ANP avaliou que Franco tem pelo menos 4,5 bilhões de barris,
podendo atingir 6 bilhões, o laudo contratado pela Petrobras apontou um
volume bem menor, abaixo de 3 bilhões de barris.
Segundo a Folha apurou, a tendência do governo é optar pelo laudo da ANP
na definição do volume das reservas, alegando que o da Petrobras é
muito conservador. Um técnico do governo destacou que, dentro da
metodologia usada pela estatal, o campo de Tupi teria menos da metade
dos 8 bilhões já avaliados pela empresa.
Se optasse pelo laudo da Petrobras, o governo teria de entregar outro
reservatório de petróleo à empresa, o de Libra, cujo potencial das
reservas é próximo ao de Franco. Isso, porém, está descartado, porque o
Palácio do Planalto já decidiu que Libra pode ser a primeira área do
pré-sal a ser leiloada quando as regras do novo marco regulatório forem
aprovadas.
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