Onde investir e o que esperar de 2012?
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Diante deste cenário, fica a dúvida para a maioria dos investidores sobre como será o próximo ano. Para especialistas, os eventos que causaram a forte aversão ao risco em 2011 devem continuar provocando volatilidade. “Nos Estados Unidos, o desemprego ainda continua alto. Pior do que isso, a dívida dos países da zona do euro ainda vai ser um problema”, acredita o gerente-geral do INI (Instituto Nacional de Investidores), Paulo Portinho.
O professor do LabFin, José Carlos Luxo, concorda com ele. “Eu diria que, para 2012, nós teremos um cenário muito próximo do que vimos este ano”, acredita.
De acordo com Luxo, como ainda não há uma solução concreta de curto prazo para o problema da dívida europeia, os países mais ameaçados com o déficit público devem continuar na “corda bamba” no próximo ano. “Principalmente entre os PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), a situação ainda é bastante complicada e não deve se resolver no ano que vem”, alerta.
Com isso, o investimento em renda variável deve continuar a ser penalizado. “Este cenário adverso e cercado de incertezas é sempre ruim para a bolsa de valores. O PIB da zona do euro será provavelmente muito próximo de zero ou até mesmo negativo”, afirma Luxo.
Onde investir?
Para o professor do LabFin, as incertezas internacionais devem fazer com que o investidor tenha uma posição cautelosa em relação às aplicações em renda variável. “Para quem é mais conservador, a renda fixa continua sendo o “carro-chefe”. Aqueles com perfil moderado podem alocar até 10% da carteira em ações e os arrojados, no máximo 20%”, aconselha.
Mas, mesmo para quem investe em renda fixa, o próximo ano promete mudanças, devido à queda na taxa de juro, iniciada pelo Banco Central em agosto deste ano e que deve continuar em 2012.
De acordo com Portinho, a redução nos juros também pode ter como consequência o aumento de inflação. Por isso, para quem investe em renda fixa, ele aconselha os títulos públicos atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). “O Banco Central não tem demonstrado que vai combater com unhas e dentes a alta dos preços. Por isso, manter uma posição protegida de inflação talvez seja prudente”, aponta.
O professor do LabFin também acha que os títulos públicos são a melhor alternativa na renda fixa, mas o CDB (Certificado de Depósito Bancário) pode ser uma opção para quem dispõe de mais recursos. “Para investimentos a partir de R$ 100 mil, o investidor pode conseguir taxas até maiores do que o Tesouro Direto”, afirma Luxo.
Além disso, ele também aponta os fundos de investimento e a caderneta de poupança como alternativas para o próximo ano. “No caso dos fundos, é importante olhar para a taxa de administração. Para fundos de renda fixa, ela não pode ser maior do que 1%”, diz. “Já a poupança continua sendo atrativa para quem tem menos dinheiro, pelo fato de ser isenta de Imposto de Renda. Mas é preciso ficar atento, já que o governo pode mudar a forma como a rentabilidade é calculada no próximo ano”, afirma Luxo.
Possibilidade de melhora no curto prazo
Para Portinho, caso os membros da zona do euro resolvam que o Banco Central Europeu deve emprestar dinheiro para “salvar” as economias mais debilitadas da Europa, o cenário pode ficar melhor para a bolsa de valores no curto prazo. “Isso seria um erro no médio e no longo prazo, mas poderia ser um alívio monumental para a bolsa momentaneamente”, afirma Portinho.
De acordo com ele, caso isso aconteça, o Ibovespa pode voltar a um nível próximo da sua marca histórica mesmo no próximo ano. “O índice poderia testar chegar perto dos 70 mil pontos”, aponta.
Fundamento das companhias
Apesar da aversão ao risco provocada pela crise europeia, Portinho ressalta que as grandes empresas brasileiras continuam com bons fundamentos e apresentando resultados trimestrais consistentes.
“As pessoas não estão perdendo porque as empresas estão em uma fase difícil. Elas estão perdendo porque o clima externo é ruim”, afirma o gerente do INI.
Por isso, ele ressalta a importância de focar o investimento em companhias sólidas, que possuem boas perspectivas de valorização, principalmente no longo prazo. “Quem pensa na bolsa como instrumento de poupança precisa focar no que comprou ou pretende comprar. É importante acompanhar, saber o que está acontecendo com a empresa, ler os relatórios, saber se houve alguma aquisição recente. Este foco na companhia não deve ser perdido nunca”, aconselha.
Fonte: InfoMoney