A Teoria de Dow. Aprenda a análisar gráficos de acordo com seu histórico



A Teoria de Dow é uma das mais antigas teorias sobre análise gráfica e é considerada a base da análise técnica moderna. Charles H. Dow fundou o Wall Street Journal em 1889 e escreveu artigos entre 1900 e 1902. Samuel Nelson foi quem compilou seus artigos e escreveu os livros “ABC of Wall Street” e “ABC of Stock Speculation”, considerados as bases da Teoria Dow.

Charles Dow comparava os diferentes tipos de tendência aos movimentos do mar, com suas marés, ondas e cristas. Quando a maré está subindo, cada onda que quebra, quebra um pouco mais alto que a outra e depois recua. Assim, se pusermos um bastão assinalando o ponto máximo atingido pela onda, em pouco tempo saberemos se a maré é montante ou vazante, demorando-se um pouco mais a se perceber a tendência quando da reversão de uma para a outra.

De acordo com Dow, e conforme ilustrado no gráfico abaixo, identificamos a fase 1 como a da acumulação, a fase 2 sendo a alta sensível e a fase 3 como sendo a euforia. Ainda percebemos que existe uma fase 4, de total realização, onde os preços caem sensivelmente - fase caracterizada pelo medo e pânico dos investidores.

Fases

Contudo, a fase 1, pertencente aos insiders (possuidores de informações privilegiadas), é onde todos preferem possuir suas posições iniciais. Através da análise gráfica, os não insiders podem identificar tal momento. Os principais pontos da Teoria de Dow são:
  • Os mercados se movem em tendências. As tendências podem ser de alta ou de baixa. Por sua vez, as tendências podem ser primárias, secundárias e terciárias, segundo sua duração; 
     
  • Os índices (de ações, como o Ibovespa) descontam tudo. Todos os possíveis fatores que afetam a cotação dos preços dos ativos (ações) são descontados por esses índices que consideram todas as notícias, resultados contábeis e financeiros, acidentes e etc; 
     
  • Princípio de confirmação. Para confirmar uma tendência é necessário que os índices coincidam com a tendência.
Tendências
Existem três tipos de tendências, a altista, a baixista e a lateral:
  • Tendência altista (Bullish): Tendência quando, sob maior pressão compradora (maior demanda), os preços dos papéis sofrem alta. O termo bullish vem do “bull” (touro) e origina-se porque um touro ataca com movimentos de baixo para cima, erguendo seu chifre contra o oponente; 
     
  • Tendência baixista (Bearish): Tendência quando, sob maior pressão vendedora (maior oferta), os preços dos papéis sofrem queda. O termo bearish vem de "bear" (urso) e origina-se porque um urso ataca com movimentos de cima para baixo, derrubando seu adversário com a utilização de suas fortes patas dianteiras; 
     
  • Tendência lateral (mercado de lado ou faixas de negociação): Tendência quando, sob pressões semelhantes entre compradores e vendedores, os preços pouco oscilam, seja para cima ou para baixo.
O reconhecimento de uma tendência é simples e se dá através de diferentes ferramentas, que se complementam e convergem para uma mesma interpretação. Neste sentido, cabe destacar:
  1. A principal ferramenta é identificar os topos e fundos e verificar sua evolução; 
     
  2. Em seguida deve-se traçar as linhas de tendência com a reta tocando os topos ou fundos (dependendo da tendência), e após isso verificar sua inclinação; e 
     
  3. A última técnica é utilizar a média móvel (que será explicada posteriormente, em outro artigo).
Veja, no gráfico abaixo, exemplos de tendências:
Tendências


Fonte: Bussola do Investidor