Ações da Natura contrariam dia positivo do Ibovespa e caem mais de 2,5%

Contrariando o dia extremamente positivo na bolsa brasileira, as ações da Natura (NATU3) lideram com folga a ponta negativa do Ibovespa. Por volta das 13h45 (horário de Brasília), os papéis da empresa de cosméticos recuavam 2,55%, cotados a R$ 33,69, enquanto o benchmark da bolsa brasileira tinha forte alta de 3,14%.

Repercute negativamente nas ações o resultado trimestral divuglado na noite anterior, mostrando mais um trimestre de desaceleração da companhia. Segundo os dados da companhia, o lucro líquido entre julho e setembro da empresa ficou em R$ 201,6 milhões, uma modesta alta de 5,2% em relação ao 3T10. A receita líquida e o Ebitda (geração operacional de caixa) também tiveram uma tímida expansão, na faixa de 7,8% e 3,0%, respectivamente.

A primeira grande companhia do varejo a divulgar seus resultados, o analista Erick Rodrigues, destaca que a Natura mostrou um fraco crescimento de vendas no mercado interno, além de também ter mostrado um aumento nas despesas e não ter conseguido diluir os custos. "Este foi o terceiro trimestre consecutivo em que a Natura apresentou desempenho abaixo de seu histórico, com fraco avanço nas vendas", comenta Rodrigues, mostrando que a receita das atividades no País avançaram apenas 5,5%.

Com isso, o analista não descarta a possibilidade de que o market share da empresa diminua até o final do ano, tendo em vista a maior competitividade no setor. O setor está passando por grandes mudanças em termos de concorrência. Players internacionais estudam a entrada no Brasil, enquanto os nacionais planejam entrar em categorias ou segmentos que ainda não estão além de estarem diversificando seus canais de distribuição", diz Rodrigues, prevendo que esse cenário siga pressionando o desempenho da empresa.

Expansão nas atividades operacionais
Contudo, um fator positivo foi o aumento da participação da empresa no mercado internacional, mostrando forte expansão das operações, aponta analista Julia Monteiro. Ela acredita ainda que a companhia deverá apresentar melhores margens nos próximos trimestres, projetando uma diluição nas despesas e uma melhora na logística após a abertuda de centros de distribuição.


Fonte: InfoMoney