Sobe e desce do dinheiro

Vários fatores são responsáveis pela expansão ou contração do volume de dinheiro disponível na economia. A oscilação desses fatores perdeu relevância ao ser instituído o regime de metas para inflação, quando o juro passou a ser o principal instrumento de política monetária.

Mas, a partir da crise de 2008, o comportamento da moeda ganhou foco, uma vez que os bancos centrais passaram a emitir e a despejar dinheiro sobretudo nas grandes economias. Primeiro para suprir linhas de financiamento das próprias instituições e, depois, na tentativa de incentivar o consumo e, assim, evitar desaceleração da atividade.

Ainda que fora de moda por aqui, o sobe e desce da base monetária pode ser revelador sobre a movimentação do próprio governo e do sistema bancário em busca de financiamento. Em agosto, dois fatores chamam atenção nas estatísticas do Banco Central: as contas do Tesouro Nacional e o redesconto do BC.

As contas do Tesouro mostraram a força arrecadadora do governo federal. Em agosto, recolhimentos de impostos e contribuições tiraram de circulação R$ 20,18 bilhões – maior cifra contabilizada desde dezembro do ano passado.

O redesconto do BC ficou zerado no mês. No entanto, nos dias 29 e 30, ocorreram saques de R$ 200 milhões e R$ 86 milhões, respectivamente, ampliando o dinheiro disponível em circulação. No último dia de agosto, porém, os R$ 286 milhões foram devolvidos para a instituição.

O redesconto de liquidez é acessado por bancos que precisam, eventualmente, de dinheiro para fechar seu caixa no fim do dia.


Fonte: ValorInveste