Pessimismo externo contagia e Ibovespa futuro recua

Preocupações com a estagnação do mercado de trabalho americano e dívida da Zona do Euro devem direcionar os mercados neste pregão.

O sinal é negativo entre os índices futuros de Wall Street e as principais bolsas europeias nesta segunda-feira (5/9).

Em dia de agenda vazia nos Estados Unidos, o pessimismo dos investidores reflete a situação do emprego no país.

Na sexta-feira (2/9), o Departamento do Trabalho divulgou que a economia americana não gerou vagas em agosto, enquanto analistas estimavam a criação de 70 mil vagas no mês. A taxa de desemprego ficou estável em 9,1%.

Na Europa, a crise da dívida volta a assombrar a confiança dos agentes de mercado.

Contribuiu para o viés negativo a derrota do partido da chanceler alemã, Angela Merkel, nas eleições do estado de Mecklenburg-Western Pomerania, região natal da dirigente, neste domingo (4/9), com vistas a renovar o parlamento da Alemanha.

O resultado mostra discordância quanto ao posicionamento de Angela Merkel em relação ao tratamento da crise da dívida na Zona do Euro.

Em Frankfurt, o índice DAX, caía 3,62%, para 5.337,87 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 depreciava 3,53%, a 3.037,30 pontos. E, em Londres, o índice FTSE 100 perdia 2,24%, a 5.173,51 pontos.

Ainda no continente, foi revelado que as vendas no comércio varejista da Zona do Euro e da União Europeia (UE) cresceram 0,2% em julho.

Mas a atividade do setor privado na Zona do Euro atingiu o menor ritmo de expansão desde agosto de 2009, ficando em 50,7 pontos no mês passado, abaixo do nível registrado em julho (51,1 pontos).

Por aqui, às 9h19 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro marcava queda de 2,32%, para 55.620 pontos. Na sexta-feira (2/9), o índice paulista caiu 2,73%, aos 56.531 pontos.

Os mercados asiáticos tiveram um pregão de forte queda, com o índice referencial de Hong Kong recuando quase 3%. As bolsas de Tóquio e Xangai perderam 1,86% e 1,96%, respectivamente.

Indicadores domésticos
O relatório Focus do Banco Central (BC) mostrou que as instituições financeiras elevaram as previsões para a inflação neste ano e em 2012, mas reduziram as projeções para juros.

Os agentes de mercado consultados estimam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2011 a 6,38%, contra 6,31% na semana passada.

Para o próximo ano, as instituições elevaram a estimativa para o IPCA para 5,32%, frente a 5,20% na semana anterior.

Quanto à Selic, o mercado reduziu a previsão para a taxa básica de juros do país em 2011, para 12,38% ao ano. Na semana passada, a estimativa era de 12,50%.

Já o levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostrou que o preço dos imóveis no país teve alta de 29,7% no período de doze meses até agosto.

Em agosto, o preço do metro quadrado no país atingiu R$ 5.824, uma alta de 1,7% em comparação com o mês anterior.

Fonte: Brasil Econômico